Políticas Públicas Combatem Insegurança Alimentar em Belo Horizonte

Mar 25, 2025 at 9:00 AM
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O aumento vertiginoso de 68% nos preços dos alimentos ao longo dos últimos cinco anos levou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) a intensificar e expandir estratégias que garantam o acesso à alimentação de qualidade para famílias vulneráveis. Entre as iniciativas estão o fortalecimento do programa Abastecer, a ampliação das cozinhas comunitárias e a continuidade do projeto Cesta nas Férias. A gestão também busca promover a educação alimentar e nutricional como parte essencial dessas políticas. Além disso, a elevação da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional ao status de secretaria plena reforça o compromisso com essa agenda prioritária.

A crise econômica tem impactado fortemente as famílias mais pobres, cujo orçamento é majoritariamente destinado à alimentação. O custo crescente dos alimentos in natura superou os aumentos dos produtos industrializados, reduzindo ainda mais o poder de compra. Em resposta, a PBH planeja expandir programas que oferecem alimentos saudáveis por valores acessíveis e criar novas unidades de cozinhas comunitárias, garantindo refeições equilibradas e promovendo cuidado social.

Programas Estratégicos para Combater a Escassez Alimentar

A Prefeitura de Belo Horizonte lançou uma série de medidas voltadas para enfrentar a insegurança alimentar. Um destaque é o programa Abastecer, que disponibiliza hortaliças, frutas e outros itens básicos por preços tabelados até R$ 2,59 por quilo ou unidade. Essa intervenção se dá em parceria com produtores locais e considera variáveis como sazonalidade e custo de transporte. Paralelamente, o programa Cesta nas Férias oferece suporte às famílias durante os períodos sem aulas, quando a responsabilidade pela alimentação retorna às mães e pais.

Com base em estudos realizados em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a PBH identificou áreas prioritárias para expansão do programa Abastecer. Este esforço visa garantir maior cobertura em regiões onde a vulnerabilidade social é mais evidente. Ao mesmo tempo, o Cesta nas Férias atua como um mecanismo crucial, fornecendo apoio financeiro ou cestas básicas para sustentar famílias que dependem das refeições escolares. Ambas as iniciativas demonstram o compromisso da cidade em mitigar as consequências do aumento descontrolado dos preços dos alimentos.

Cozinhas Comunitárias: Espaços de Educação e Solidariedade

Outra frente importante no combate à fome são as cozinhas comunitárias, projetos que visam não apenas distribuir refeições, mas também educar sobre hábitos alimentares saudáveis. A meta da PBH é implantar uma unidade em cada uma das nove regionais da capital, aumentando significativamente a oferta de refeições anuais. Estima-se que a capacidade alcance mais de 700 mil refeições por ano, beneficiando milhares de famílias em situação de risco.

As cozinhas comunitárias funcionam como centros de convivência e aprendizado, além de serem fontes de alimento seguro e nutritivo. Cada unidade terá capacidade mínima de 300 refeições diárias, podendo chegar a 500 dependendo da infraestrutura disponível. Para viabilizar esse avanço, a prefeitura prepara um novo edital que deve ser divulgado ainda neste ano. Além de servir refeições, as cozinhas realizarão workshops e atividades educativas para promover uma relação mais consciente com os alimentos. Esta abordagem holística reflete o entendimento de que a segurança alimentar vai além do simples acesso à comida, envolvendo aspectos sociais, culturais e educacionais.