Agentes da Polícia Federal realizaram, no dia 20, uma ampla operação em diversas cidades brasileiras para desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas. A quadrilha utilizava a estrutura logística de empresas de alimentos congelados para esconder cocaína em exportações destinadas à África. As investigações iniciaram após a apreensão de três carregamentos na Líbia, Libéria e Serra Leoa, revelando um esquema que movimentou cerca de R$ 450 milhões entre 2022 e 2024. Além das prisões e buscas, foram bloqueados bens e contas bancárias ligadas aos suspeitos.
A operação expôs como os criminosos exploravam vulnerabilidades nas cadeias de suprimentos para ocultar entorpecentes. Funcionários com acesso privilegiado a informações sobre embarques manipulavam as cargas de frango congelado, tornando o tráfico menos perceptível. Essa abordagem permitiu expandir as operações para outros portos brasileiros.
Investigações detalhadas revelaram que trabalhadores responsáveis pelo carregamento de contêineres colaboravam diretamente com o grupo criminoso. Eles utilizavam suas posições estratégicas dentro da empresa para inserir a droga sem levantar suspeitas. Este método sofisticado incluía recrutar funcionários de outras organizações logísticas para facilitar a expansão do esquema para diferentes pontos de exportação. A operação Iceberg evidenciou como a infraestrutura de transporte de alimentos foi instrumentalizada para fins ilícitos, comprometendo tanto as empresas legítimas quanto as relações comerciais internacionais.
O núcleo financeiro da organização empregava empresas fictícias para realizar pagamentos ilegais, gerando prejuízos significativos ao setor de exportação. O valor movimentado superou R$ 450 milhões em dois anos, refletindo a amplitude do crime organizado.
A complexidade do caso ficou evidente quando representantes de uma empresa importadora líbia foram injustamente presos por tráfico internacional, enfrentando penas extremamente severas. Após intervenção da Polícia Federal, os fatos foram esclarecidos, resultando na libertação dos acusados. O impacto econômico foi devastador, interrompendo negócios lucrativos com países africanos e causando perdas milionárias às empresas envolvidas involuntariamente. A operação policial não apenas prendeu os responsáveis, mas também protegeu reputações empresariais e restabeleceu confiança nos processos de exportação.