Um estudo recente destaca como os pais interagem diferentemente com meninos e meninas em atividades matemáticas, mesmo reconhecendo sua igual importância. Essa disparidade pode influenciar o desempenho futuro das crianças, especialmente nas áreas de STEM.
O impacto dessas diferenças reflete-se na vida adulta, com menos mulheres se destacando em carreiras relacionadas à matemática e engenharia. O debate continua sobre a origem dessas distinções: biológica ou social.
Pesquisas indicam que, apesar da valorização declarada da matemática para ambos os gêneros, as práticas parentais demonstram uma preferência por estimular mais os meninos. Esse padrão emerge claramente em tarefas específicas envolvendo números e medições.
No ambiente doméstico, os pais tendem a engajar-se mais ativamente com seus filhos do sexo masculino em exercícios numéricos e práticos, como contar itens ou medir ingredientes. Embora as famílias afirmem considerar a matemática essencial tanto para meninos quanto para meninas, suas ações revelam outra realidade. A partir dos seis anos, essa diferença torna-se ainda mais pronunciada, com meninos recebendo maior atenção em atividades práticas. Entretanto, jogos espaciais e geométricos não mostram a mesma discrepância entre os gêneros. Tal desconexão entre crença e prática sugere que fatores inconscientes podem estar moldando as experiências matemáticas das crianças desde cedo.
As implicações dessa desigualdade manifestam-se ao longo da vida acadêmica e profissional das mulheres, afetando seu desempenho e participação em áreas altamente remuneradas.
A ausência de estímulo equitativo durante a infância pode contribuir para o desempenho inferior das meninas em avaliações matemáticas, como o SAT americano, onde meninos superam consistentemente suas colegas. Isso perpetua um ciclo de menor representatividade feminina em disciplinas técnicas universitárias e profissões STEM. Em 2024, apenas 17,2% das posições em arquitetura e engenharia eram ocupadas por mulheres, enquanto dados confiáveis sobre matemática permaneciam escassos devido à baixa adesão feminina. A questão central persiste: tais diferenças são naturais ou construídas? Argumentos sugerem que expectativas sociais, incluindo aquelas impostas pelos próprios pais, reforçam estereótipos de gênero, levando meninos a se interessarem mais por matemática. Independentemente da causa exata, é crucial que os responsáveis reconheçam esse viés e promovam oportunidades iguais para todas as crianças explorarem suas habilidades matemáticas.