Um estudo recente conduzido pelo Datafolha revela que a maioria dos brasileiros está enfrentando dificuldades econômicas, refletidas em mudanças significativas nos hábitos de consumo alimentar. Cerca de 58% da população reduziu a quantidade de alimentos adquiridos devido ao aumento dos preços, sendo este número ainda mais alarmante entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, atingindo 67%. Além disso, estratégias como diminuir as refeições fora de casa (61%) e trocar marcas de café habituais (50%) têm sido amplamente adotadas. O governo Lula tem implementado diversas medidas para mitigar o impacto da inflação nos alimentos, incluindo a eliminação de impostos sobre produtos importados e o fortalecimento da agricultura familiar.
Ainda assim, a pesquisa aponta que 75% dos entrevistados afirmam ter comida suficiente ou até mais do que o necessário em suas casas, um dado semelhante ao registrado em março de 2023. Contudo, outras adaptações financeiras foram mencionadas, como a redução no consumo de água, luz e gás (50%), busca por novas fontes de renda (47%) e diminuição na compra de medicamentos (36%). No geral, os entrevistados associam a alta dos preços principalmente à responsabilidade governamental, com 54% atribuindo grande parte da culpa ao atual governo.
O aumento nos preços dos alimentos afetou diretamente as decisões diárias das famílias brasileiras. De acordo com o levantamento, uma parcela significativa da população ajustou seus hábitos de consumo para lidar com a situação econômica adversa. Isso inclui não apenas a redução na quantidade de alimentos comprados, mas também alternativas como a escolha de marcas mais acessíveis e a limitação de refeições fora de casa. Essas mudanças indicam uma preocupante realidade para muitos lares.
Em detalhes, observa-se que aproximadamente metade dos brasileiros optou por substituir marcas conhecidas de café por opções mais baratas, enquanto quase metade também diminuiu o consumo dessa bebida tradicional. Além disso, a redução no número de refeições externas é outro exemplo claro de como a população está priorizando gastos essenciais dentro de suas residências. Embora grande parte declare possuir comida suficiente em casa, a percepção de escassez e o medo futuro continuam influenciando decisões cotidianas relacionadas à alimentação.
Diante desse cenário, o governo federal lançou uma série de intervenções destinadas a aliviar a pressão inflacionária sobre os alimentos. Entre elas estão incentivos fiscais para importações, apoio à produção nacional e reforço nos estoques reguladores. Apesar dessas iniciativas, a população ainda demonstra ceticismo quanto à eficácia das políticas públicas, atribuindo considerável responsabilidade ao governo pela elevação dos custos de vida.
As medidas adotadas visam tanto o curto quanto o longo prazo, com foco especial em garantir maior segurança alimentar por meio da agricultura familiar e da reformulação tributária. No entanto, a percepção pública parece dividida: enquanto alguns reconhecem esforços concretos, outros mantêm críticas direcionadas às políticas econômicas vigentes. Notavelmente, a pesquisa destaca diferenças ideológicas entre apoiadores de diferentes partidos políticos, onde bolsonaristas tendem a reportar maiores mudanças comportamentais em relação aos gastos domésticos. Independentemente disso, a alta nos preços continua sendo vista majoritariamente como resultado de fatores globais aliados a decisões locais controversas.