Safra recorde deve frear inflação de alimentos após pressão da seca – Diário do Grande ABC

Sep 22, 2024 at 8:01 AM

Seca Afeta Culturas Agrícolas e Impulsiona Inflação de Alimentos no Brasil

O clima seco que tem assolado o país nos últimos meses está afetando diversas culturas agrícolas e contribuindo para uma alta superior a 6% nos preços dos alimentos neste ano. No entanto, as perspectivas para a próxima safra de grãos seguem positivas, indicando um cenário mais favorável para a inflação no ano que vem.

Uma Análise Abrangente dos Impactos da Seca na Economia Brasileira

Impactos da Seca nas Culturas AgrícolasA seca que tem atingido diferentes regiões do Brasil tem tido um impacto significativo em diversas culturas agrícolas. Culturas como a soja e o arroz, que são fundamentais para a produção de alimentos no país, têm sido particularmente afetadas. Isso se reflete diretamente nos preços dos alimentos, com a inflação da alimentação no domicílio devendo encerrar o ano acima de 6%.No entanto, a perspectiva para a próxima safra de grãos é positiva, com a expectativa de um recorde de produção, puxado principalmente pela soja e pelo arroz. Isso indica um cenário mais benigno para a inflação no ano que vem, com a expectativa de um arrefecimento dos preços dos alimentos.

Impactos da Seca no Setor de Carnes

Apesar da perspectiva positiva para a próxima safra de grãos, o Bradesco pondera que o aumento esperado nos preços de carne bovina tende a limitar a desinflação de alimentos. Com a elevação da arroba do boi, a projeção é de uma alta de 4,5% nos preços de alimentos no próximo ano.Isso se deve, em parte, à demanda doméstica mais aquecida do que o antecipado, bem como à depreciação do câmbio em cerca de 12% neste ano. Esses fatores têm contribuído para a manutenção de preços elevados no setor de carnes.

Impactos da Seca no Setor de Energia

Além dos impactos na agricultura, a seca também tem afetado o setor de energia no país. Os reservatórios do sistema elétrico estão com cerca de 50% da capacidade, com expectativa de recuo para 40% até o fim do ano.Embora o nível não seja tão crítico quanto em 2021, o Bradesco considera que há um impacto no custo, pois o operador do sistema (ONS) optou por um maior despacho térmico para preservar o armazenamento hidráulico. Isso significa que a geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas, como usinas a gás e carvão, tem sido mais utilizada, o que pode se refletir em tarifas mais elevadas para os consumidores.

Impactos da Seca no Setor de Saneamento

Apesar da seca em São Paulo, o Bradesco não vê risco de desabastecimento de água no setor de saneamento. Os dados da Sabesp indicam uma redução dos reservatórios, mas os principais mananciais ainda estão com armazenamento acima da média histórica.Isso sugere que, embora a seca tenha impactado os níveis de água, o setor de saneamento tem conseguido manter o abastecimento de água para a população, evitando maiores transtornos.