O governo municipal do Rio de Janeiro está adotando uma série de medidas para combater o consumo de cigarros eletrônicos, especialmente entre a população jovem. Essas iniciativas incluem campanhas educativas sobre os riscos associados ao uso desses dispositivos, ampliação das áreas livres de fumo e fortalecimento dos tratamentos contra o tabagismo nas unidades de saúde da cidade. Durante um encontro em Paris, parte de uma parceria global que reúne 74 cidades comprometidas com políticas de saúde pública, o Rio apresentou suas estratégias junto com outras metrópoles brasileiras como São Paulo e Fortaleza. A aliança busca reduzir doenças crônicas não transmissíveis por meio de intervenções públicas eficazes.
A pesquisa realizada no Rio revelou que o primeiro contato com os dispositivos eletrônicos de fumar ocorre geralmente entre 14 e 17 anos, e muitos jovens acreditam erroneamente na legalidade de sua comercialização no Brasil. Estudos qualitativos conduzidos com adolescentes e seus pais mostraram que o apelo visual, o sabor variado e a ausência de odor são alguns dos motivos que levam à normalização do hábito. No entanto, os entrevistados também reconheceram possíveis malefícios físicos e psicológicos, além de preocupações relacionadas ao custo alto e à adulteração dos produtos.
Entre as principais estratégias destacadas pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, está a educação como ferramenta central no combate ao tabaco. “Nosso objetivo é informar tanto os jovens quanto seus responsáveis sobre os perigos associados ao uso desses dispositivos”, afirmou. O município também expandiu seu programa antitabagista, oferecendo apoio médico e grupos educativos em todas as 238 clínicas de família espalhadas pela cidade.
Aline Pinheiro Borges, presidente do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, mencionou o desafio de conscientizar a população sobre as regras de proibição do fumo em ambientes fechados, incluindo varandas cobertas. Ela ressaltou a importância de aplicar as mesmas restrições aos dispositivos eletrônicos de fumar. Além disso, Paula Johns, diretora da ACT Promoção da Saúde, destacou a necessidade de retomar discussões sobre a regulação dos sabores nos produtos de tabaco, considerando sua atração especial para crianças e adolescentes.
O trabalho desenvolvido no Rio de Janeiro reflete um esforço amplo para promover estilos de vida mais saudáveis e prevenir doenças causadas pelo consumo de substâncias prejudiciais. Com a colaboração internacional e o foco em políticas locais, a cidade busca criar um ambiente mais seguro e consciente para suas futuras gerações, garantindo que informações claras alcancem todos os setores da sociedade.