O Brasil enfrenta um desafio significativo relacionado às perdas e desperdícios de alimentos, com estimativas que variam entre 15% e mais de 50% da produção. A pesquisa aponta para problemas logísticos, infraestrutura inadequada e padrões rígidos do mercado como principais causas. Soluções estão surgindo por meio de práticas inovadoras, tecnologia e políticas públicas.
Iniciativas como o programa Sesc Mesa Brasil e a Estratégia Intersetorial para Redução de Perdas e Desperdício demonstram esforços em várias frentes. Além disso, avanços tecnológicos impulsionados por startups estão ajudando o varejo a melhorar sua gestão de estoques e reduzir o descarte desnecessário de produtos.
As deficiências na cadeia de abastecimento têm um papel crucial no aumento das perdas alimentares. Com uma safra recorde projetada para este ano, a capacidade de armazenagem está longe de atender à demanda, exacerbando os problemas já existentes. Condições inadequadas de transporte e armazenamento contribuem para a deterioração prematura dos alimentos.
A falta de infraestrutura adequada é um entrave significativo. Dados recentes mostram que grande parte das rodovias brasileiras está em estado precário, impactando diretamente o transporte de alimentos. Além disso, a escassez de armazéns modernos afeta a durabilidade dos produtos agrícolas essenciais, como arroz e feijão. Especialistas alertam que, sem mudanças estruturais, as perdas continuarão crescendo proporcionalmente ao aumento da produção agrícola nacional.
Soluções criativas estão sendo implementadas para combater esse problema. Empresas investem em tecnologias avançadas, como caminhões frigoríficos e sistemas automatizados de processamento, enquanto iniciativas governamentais buscam fortalecer redes de distribuição solidária. O objetivo é garantir que menos alimentos sejam perdidos ou descartados indevidamente.
A adoção de inteligência artificial no setor varejista tem proporcionado resultados promissores. Ferramentas desenvolvidas por startups permitem otimizar pedidos e prever demandas mais precisamente, reduzindo tanto o excesso quanto a falta de produtos nas prateleiras. Paralelamente, programas como o Colheita Solidária e a Estratégia Intersetorial reforçam a importância das parcerias público-privadas para ampliar a redistribuição de alimentos excedentes. Esses esforços coletivos representam um passo importante rumo à diminuição do impacto ambiental e social causado pelo desperdício alimentar.