A alta nos preços dos alimentos essenciais tem colocado pressão sobre os orçamentos familiares no Brasil. Com o objetivo de aliviar a carga inflacionária, o governo federal decidiu eliminar temporariamente o imposto de importação para uma série de produtos alimentícios, incluindo carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos e massas. No entanto, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) questiona a eficácia dessa medida, destacando que o Brasil é um grande produtor da maioria desses itens e já importa outros sem tarifas de países do Mercosul.
Embora a iniciativa possa parecer benéfica à primeira vista, especialistas como a FecomercioSP argumentam que fatores externos influenciam mais significativamente o aumento dos preços. Questões climáticas e sazonalidade são apontadas como razões principais para a elevação dos custos de alguns produtos, como o café e a carne. Além disso, o cenário inflacionário global afeta mercadorias como o café e o azeite de oliva, tornando irrelevante a origem geográfica do produto adquirido.
O impacto tardio das políticas governamentais também é mencionado. Desde setembro do ano anterior, o preço da carne, por exemplo, tem aumentado consideravelmente. A entidade sugere que medidas fiscais mais amplas seriam mais adequadas para enfrentar a situação. Um controle rigoroso da dívida pública e um equilíbrio nas contas poderiam reduzir as taxas de juros e câmbio, facilitando o investimento no setor produtivo.
Em vez de depender exclusivamente de isenções de impostos, seria estratégico melhorar o ambiente geral de negócios no país. Ao focar na política fiscal, o governo poderia criar condições mais favoráveis para o crescimento econômico, beneficiando tanto consumidores quanto empresários. O desafio agora é encontrar soluções que realmente abordem as causas profundas da crise alimentar e não apenas seus sintomas.