No coração da cidade de Timóteo, a instalação de um parque de diversões privado em uma praça pública tem gerado discussões e desconforto entre os moradores. A presença desses brinquedos, que inicialmente pareciam atrativos, transformou-se em motivo de constrangimento para muitas famílias, especialmente aquelas com crianças pequenas. O espaço, antes dedicado à comunidade, agora se tornou um local onde o lazer gratuito cede lugar a atividades pagas, criando situações difíceis para pais e responsáveis.
Em plena primavera, quando as flores começam a desabrochar nas ruas de Timóteo, um novo elemento surgiu na Praça 1º de Maio: um parque de diversões particular. Instalado no centro do espaço público, este complexo de brinquedos chamou imediatamente a atenção das crianças que costumam frequentar a área. No entanto, o que deveria ser uma fonte de alegria rapidamente se transformou em um problema para muitas famílias.
O pedreiro João Carlos, residente do bairro Quitandinha, expressou sua insatisfação. Ele contou que trouxe suas três filhas para aproveitar o dia na praça, mas foi pego de surpresa com a necessidade de pagar para usar os brinquedos. "O dinheiro que eu havia reservado para sorvetes teve que ser gasto nos brinquedos. Isso não pode continuar assim. Este não é o lugar certo para esse tipo de parque", afirmou João.
A professora Suely Maria, do bairro Alvorada, também compartilhou sua experiência. Ela relatou que sua neta ficou decepcionada ao descobrir que precisava pagar para brincar. "Os cinquenta reais que eu tinha para comprar sorvete após a brincadeira foram gastos no parque. Minha neta ainda queria mais, e isso me deixou muito triste", disse Suely.
Outros moradores concordaram que a situação era constrangedora, especialmente para aqueles que não tinham dinheiro suficiente. Testemunhas relataram ver crianças chorando porque seus pais não podiam pagar pelo acesso aos brinquedos. Um morador próximo à praça, que preferiu não se identificar, destacou que embora acredite que o parque tenha seu lugar na cidade, ele não deveria estar em uma praça pública. "Vi pais gastando quantias consideráveis de dinheiro, enquanto outros enfrentavam situações difíceis. É preciso encontrar um equilíbrio", concluiu.
A reportagem apurou que o parque opera com autorização da prefeitura, o que aumenta a discussão sobre a adequação dessa decisão.
Do ponto de vista de um jornalista, esta situação ressalta a importância de equilibrar o interesse econômico com a preservação do espaço público. As praças são áreas destinadas à coletividade, onde todos devem ter acesso igualitário. É fundamental que a administração municipal considere cuidadosamente as implicações de permitir a operação de negócios privados em locais públicos, buscando soluções que beneficiem toda a comunidade.