O número de indivíduos que optam por adotar cães ou gatos ao invés de ter filhos está aumentando, formando uma nova geração de tutores de animais dedicados. Informações provenientes do Radar Pet 2021 revelam que um quinto dos lares com cachorros pertence a casais sem descendentes humanos. Além disso, um quarto das residências sem crianças possui gatos. Este fenômeno ocorre paralelamente à queda na taxa de fecundidade no país.

A tendência de expandir as famílias através da adoção de animais tem ganhado força à medida que o desejo de ter filhos diminui. O estudo realizado pelo Instituto Pet Brasil indica um crescimento de 65% no número de pets nos domicílios brasileiros entre 2009 e 2019. Esse aumento reflete mudanças significativas nas prioridades familiares.

Nas últimas décadas, observou-se uma redução considerável na quantidade média de filhos por mulher no Brasil. Dados do IBGE mostram que essa taxa caiu de mais de seis para menos de dois filhos por mulher entre 1960 e 2020. Diante desse cenário, muitos casais têm encontrado satisfação na criação de animais de estimação como membros da família.

Essa transformação social representa uma mudança importante nas dinâmicas familiares contemporâneas. A crescente preferência por pets evidencia novas formas de constituição familiar e afetiva. A presença de animais domésticos traz benefícios emocionais significativos para os donos, oferecendo companhia e responsabilidade em um contexto onde o planejamento reprodutivo humano se torna cada vez mais flexível.