No contexto de uma crescente troca de acusações políticas, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Este último participou de um evento com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, onde criticou as políticas econômicas do governo Lula, vinculando-as à alta dos preços dos alimentos. Em resposta, Gleisi utilizou as redes sociais para defender as estratégias adotadas pelo atual governo e destacar os impactos da gestão anterior sobre indicadores econômicos.
O governador Tarcísio de Freitas, durante o ato político no domingo (16/3), afirmou que o governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva não cumpriu promessas relacionadas ao controle da inflação alimentar. Ele ironizou a situação ao sugerir que promessas grandiosas não foram cumpridas, enquanto a realidade reflete dificuldades econômicas. A ministra Gleisi Hoffmann respondeu pontualmente na segunda-feira (17/3), questionando a legitimidade das críticas feitas por Tarcísio, considerando o desempenho do país sob o comando de Bolsonaro.
Gleisi argumentou que antes de lançar ataques infundados contra o presidente Lula, seria relevante comparar a trajetória econômica do Brasil nos dois períodos. Ela mencionou dados concretos sobre a inflação de alimentos durante a gestão Bolsonaro, destacando números alarmantes: 56% dentro de casa e 25% fora. Esses valores contrastam significativamente com os primeiros dois anos do governo Lula, quando o IPCA acumulado da alimentação foi de 9,67% em residências e 12% em estabelecimentos externos. Além disso, ela lembrou medidas práticas tomadas pelo governo petista, como a redução de impostos federais sobre itens básicos da cesta alimentar e a suspensão temporária de tarifas de importação para mitigar custos.
Diante desse cenário, Gleisi desafiou publicamente o governador Tarcísio a apresentar soluções eficazes para enfrentar a elevação dos preços dos alimentos em São Paulo. Ela enfatizou a necessidade de contribuições concretas por parte do executivo estadual, questionando quais iniciativas ele proporia para melhorar a condição financeira da população paulista.
A controvérsia ocorre em meio a expectativas políticas maiores, especialmente após manifestações organizadas por apoiadores de Bolsonaro em Copacabana, visando pedir anistia para aqueles envolvidos no episódio do dia 8 de janeiro. No mesmo palanque, discursos de figuras influentes como Silas Malafaia, Valdemar Costa Neto e Nikolas Ferreira ecoaram pedidos pela volta de Bolsonaro ao poder, embora ele esteja inelegível conforme decisão judicial.
A troca de acusações entre Gleisi Hoffmann e Tarcísio de Freitas ilustra o clima tenso no cenário político brasileiro. Enquanto o governador critica abertamente o desempenho econômico atual, a ministra reforça a importância de comparações históricas e a implementação de políticas públicas voltadas para aliviar a pressão sobre famílias brasileiras. O debate evidencia a urgência de soluções práticas em meio a divergências ideológicas marcantes.