Um estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas revela que o custo dos alimentos consumidos em casa aumentou significativamente mais do que a inflação oficial brasileira entre 2012 e 2024. A análise aponta para uma alta de 162% nos preços dos produtos alimentícios, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 109%. Fatores como condições climáticas adversas, desvalorização cambial e demanda superior à oferta agrícola contribuíram para esse cenário econômico complexo.
No coração dessa investigação está um panorama detalhado sobre os impactos econômicos e sociais no Brasil contemporâneo. Em meio a temporadas climáticas desfavoráveis, especialmente no Paraná, onde tempestades ameaçam a produção agrícola, observa-se também o papel central das exportações impulsionadas por uma moeda nacional desvalorizada. Esse fenômeno torna mais vantajoso vender commodities agrícolas no mercado internacional, reduzindo assim a disponibilidade doméstica desses produtos essenciais.
Em um contexto de quase duas décadas, itens básicos como frutas, hortaliças e verduras sofreram aumentos substanciais. Por exemplo, as frutas registraram um aumento de 299%, seguidas pelas hortaliças e verduras com 246%. Outros segmentos importantes, como cereais, legumes e oleaginosas, também experimentaram altas notáveis.
Diante deste quadro, especialistas como Bráulio Borges sugerem a adoção de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e o equilíbrio no suprimento interno, garantindo preços acessíveis para toda a população.
De acordo com essa análise, percebe-se claramente a necessidade de revisitar estratégias econômicas e ambientais. A dependência excessiva das exportações pode comprometer ainda mais o abastecimento local. Assim, medidas estruturais precisam ser implementadas para mitigar os efeitos da escassez e proporcionar maior estabilidade no setor alimentício nacional.