O governo liderado por Lula está monitorando os impactos de uma decisão recente que suspendeu temporariamente a cobrança de impostos sobre a importação de certos alimentos. Essa medida, vigente desde meados de março, visa mitigar os efeitos da inflação nos preços dos produtos alimentícios. No entanto, especialistas ainda debatem sua eficácia real no combate à alta dos preços ao consumidor. Paralelamente, o governo busca apoio dos estados para zerar o ICMS em itens essenciais, mas enfrenta resistência fiscal.
A suspensão do imposto de importação abrangeu uma lista diversificada de 11 alimentos básicos, incluindo carnes bovinas, café e óleo de girassol. A iniciativa foi projetada para atacar diretamente o aumento contínuo dos preços, impulsionado pela inflação recorde e eventos climáticos extremos. Apesar disso, dados concretos sobre seus resultados práticos ainda não estão disponíveis, pois o período é curto para avaliação detalhada.
Embora a medida tenha sido implementada com o objetivo de aliviar a pressão econômica sobre as famílias brasileiras, alguns analistas questionam seu impacto significativo no mercado interno. Segundo estudos preliminares, a alta geral dos preços de alimentos continua sendo um desafio, com índices preocupantes de 7,10% nos últimos 12 meses. Além disso, a "supersafra" prevista para este ano pode complementar essa estratégia, reduzindo parcialmente a dependência de importações e contribuindo para a estabilidade dos preços domésticos.
No contexto fiscal, o governo federal tem solicitado aos estados que adotem medidas complementares, como a isenção ou redução do ICMS em itens da cesta básica. Essa proposta visa amplificar os benefícios da política de importação livre de impostos. No entanto, a resposta estadual tem sido mista, com algumas unidades federativas já aplicando isenções específicas enquanto outras expressam preocupações com perdas significativas na arrecadação.
O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a importância dessa colaboração entre governos federais e estaduais, argumentando que a reforma tributária futura garantirá a eliminação total do ICMS sobre alimentos básicos até 2027. Enquanto isso, associações comerciais, como a Abras, têm defendido fortemente a adoção imediata dessas políticas, enfatizando os benefícios diretos para os consumidores. O Ministério da Fazenda reforça que tal movimento ajudaria a antecipar mudanças estruturais no sistema tributário nacional, focando principalmente nas classes mais vulneráveis economicamente.