Isenção do ICMS na Cesta Básica: Possível Impacto na Inflação de 2025

Mar 19, 2025 at 11:50 AM
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Segundo informações da Secretaria de Política Econômica (SPE) vinculada ao Ministério da Fazenda, a adoção pela maioria dos estados brasileiros da isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em produtos essenciais poderia reduzir significativamente a inflação projetada para o ano de 2025. A medida proposta teria como objetivo principal aliviar o peso crescente dos preços dos alimentos nos orçamentos domésticos, especialmente afetando as famílias de baixa renda. De acordo com cálculos realizados pela SPE, essa iniciativa poderia diminuir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em aproximadamente 0,46 ponto percentual no mesmo período. Além disso, os alimentos específicos beneficiados por tal política veriam uma queda ainda mais expressiva, estimada em cerca de 2,91 pontos percentuais.

Análise Detalhada da Proposta Fiscal

No cenário atual marcado por elevações consecutivas nos custos dos itens básicos de consumo, o governo federal tem buscado estratégias para mitigar o impacto inflacionário. Em um estudo detalhado divulgado recentemente pelo Boletim Macrofiscal de março, documento emitido bimestralmente pela SPE, foi destacada a relevância de medidas fiscais direcionadas à redução dos tributos incidentes sobre os gêneros alimentícios. Especificamente, a isenção do ICMS nesses produtos seria implementada pelos governadores estaduais, com potencial para gerar resultados concretos já em 2025.

De acordo com especialistas, a alta registrada nos preços dos alimentos nos últimos meses pode ser atribuída principalmente aos eventos climáticos extremos que têm afetado negativamente a produção agrícola nacional. Para contrabalançar esse quadro adverso, o Executivo federal anunciou recentemente a eliminação temporária do imposto de importação sobre onze categorias de alimentos, decisão que visa garantir maior oferta e, consequentemente, reduzir os valores praticados no mercado interno.

Ainda assim, vale ressaltar que a reforma tributária planejada para entrar em vigor a partir de 2027 prevê a eliminação definitiva das alíquotas sobre esses mesmos produtos. Adotar tal mudança imediatamente permitiria aos consumidores anteciparem benefícios econômicos antes do prazo inicialmente previsto. Tal ajuste fiscal também seria considerado progressivo, pois atenuaria desigualdades sociais, dado que os impostos indiretos recaem mais fortemente sobre as camadas menos favorecidas economicamente.

Por outro lado, o Banco Central tem utilizado instrumentos monetários restritivos, como aumentos nas taxas de juros, para controlar a escalada de preços. No entanto, conforme apontado pela SPE, essas intervenções podem não surtir o efeito desejado quando se trata de solucionar problemas estruturais relacionados à escassez de determinados insumos ou mercadorias.

Diante deste panorama, a SPE revisou suas projeções de inflação para este ano, elevando-as de 4,8% para 4,9%, valor acima do teto da meta oficial estabelecida em 4,5%. Para 2025, espera-se que a inflação anual alcance a marca de 3%, dentro do intervalo tolerável de variação entre 1,5% e 4,5%. O relatório destaca ainda a expectativa de queda gradual nos preços dos alimentos até o final do ano corrente, além de um cenário de maior estabilidade nos serviços e crescimento moderado nos bens industriais.

Como jornalista acompanhando esta discussão fiscal, é notável observar como políticas públicas bem planejadas podem trazer alívio significativo às famílias brasileiras enfrentando dificuldades financeiras. A isenção do ICMS sobre itens fundamentais da cesta básica representa mais do que uma simples redução de impostos; simboliza um passo importante rumo à construção de uma economia inclusiva, onde todos possam acessar recursos vitais sem comprometer excessivamente seus orçamentos. Ao adotar medidas como essa, o país dá sinais claros de preocupação com questões sociais intrínsecas ao desenvolvimento sustentável.