No mês de março, a inflação experimentou uma desaceleração significativa, especialmente para famílias de baixa renda, devido à redução nos custos relacionados à energia elétrica e ao transporte coletivo. Apesar disso, o aumento nos preços dos alimentos continuou sendo um fator pressionante para esses grupos. Enquanto isso, as famílias de alta renda também sentiram uma queda na taxa inflacionária, impulsionada principalmente por melhorias no setor educacional.
A análise detalha como diferentes categorias de produtos e serviços impactam de maneira distinta cada grupo econômico, destacando que os aumentos expressivos em itens alimentícios, como ovos e tomate, compensaram quedas pontuais em outros bens.
Famílias de baixa renda registraram uma diminuição considerável na inflação percebida durante o mês de março. Isso ocorreu principalmente pela estabilização do preço da energia elétrica e ajustes positivos no valor das tarifas de transporte público urbano. Contudo, o aumento nos preços dos alimentos continua sendo um ponto crítico, contribuindo majoritariamente para a inflação nessa faixa de renda.
O indicador Ipea revela que, mesmo com a melhora em áreas como energia e transporte, a elevação nos custos de itens básicos de alimentação gerou uma pressão notável. O encarecimento de alimentos específicos, como café, leite e ovos, representou cerca de 65% da inflação percebida pelas famílias mais vulneráveis economicamente. Esse impacto foi atenuado apenas parcialmente por quedas modestas em alguns produtos, como arroz e feijão. Ainda assim, essas oscilações demonstram a complexidade do cenário inflacionário e seu peso diferenciado sobre cada estrato social.
Para famílias com maior poder aquisitivo, a inflação também apresentou uma tendência de queda, influenciada por ajustes em segmentos como educação e transporte aéreo. No entanto, esses benefícios foram contrabalançados pelo aumento em passagens aéreas e atividades recreativas, mantendo certa pressão sobre o orçamento desses consumidores.
A descompressão inflacionária observada nas classes de alta renda reflete mudanças sazonais em categorias importantes, como o fim dos reajustes escolares. Apesar dessa melhoria, o comportamento volátil de certos setores, particularmente transportes e lazer, trouxe novos desafios. As passagens aéreas, por exemplo, registraram um aumento de 6,9%, enquanto serviços de recreação sofreram incrementos menores, mas consistentes. Essa dinâmica ilustra como diferentes variáveis podem afetar distintamente cada faixa de renda, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais refinadas para mitigar essas disparidades.