A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o impacto do cooperativismo ao instituir 2025 como o segundo Ano Internacional das Cooperativas. Este movimento, que reúne mais de três milhões de entidades em todo o mundo, mobiliza mais de um bilhão de membros e emprega 280 milhões de trabalhadores, demonstra sua relevância na economia global, na inclusão social, na justiça e na sustentabilidade ambiental. O Brasil está à frente nesse debate, com destaque para a COP30, conferência sobre mudanças climáticas, onde as cooperativas podem desempenhar um papel crucial na agenda climática e no fortalecimento do setor por meio de políticas públicas, educação financeira e inovação tecnológica.
No cenário internacional, o cooperativismo ganha notoriedade como uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios globais. Em um mundo marcado por crises socioeconômicas e ambientais, as cooperativas oferecem soluções práticas e eficazes. No Brasil, este movimento já responde por nada menos que 11% do PIB nacional, sendo um exemplo a ser seguido por outras regiões. A próxima COP30, que acontecerá no país, será uma oportunidade ímpar para destacar o potencial das cooperativas em áreas como finanças sustentáveis, transição energética e agricultura responsável. Além disso, a inserção da educação cooperativa nos currículos escolares e universitários se torna fundamental para formar futuras gerações engajadas com esse propósito.
No campo tecnológico, a digitalização surge como um passo essencial para ampliar o alcance dessas organizações. Com plataformas digitais avançadas, as cooperativas podem melhorar sua eficiência operacional e alcançar comunidades antes excluídas dos serviços financeiros tradicionais. Esta abordagem inclusiva é vital para reduzir as desigualdades sociais e promover a equidade de gênero, especialmente considerando o mês internacional da mulher.
Um marco importante ocorrerá em novembro próximo, durante a Segunda Cúpula Social Mundial (WSS), no Catar. Lá, o Círculo de Liderança de Cooperativas e Mútuas (CM50), composto por 50 líderes globais do setor, anunciará medidas concretas para expandir o impacto do cooperativismo. Entre os objetivos estão influenciar políticas públicas, criar planos estratégicos de cinco anos e incentivar governos a adotarem iniciativas semelhantes às do Reino Unido, que busca dobrar o tamanho de seu setor cooperativo.
Esses esforços convergem para um objetivo maior: transformar o cooperativismo em uma solução vanguardista para construir um mundo mais justo e sustentável. No Brasil, essa missão é liderada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e outras entidades relevantes, que buscam consolidar o movimento como um modelo exemplar de empreendedorismo coletivo.
A celebração do Ano Internacional das Cooperativas traz consigo grandes responsabilidades. Não basta apenas reconhecer o valor das cooperativas; é preciso agir de maneira transformadora. Os líderes do setor devem assumir compromissos firmes e implementar mudanças reais que demonstrem a importância do cooperativismo na construção de um futuro melhor.
Do ponto de vista de um jornalista, esta iniciativa da ONU reforça a necessidade de olhar para o cooperativismo como uma alternativa viável e ética para resolver problemas globais. Ao colocar o foco nas dimensões socioeconômicas e ambientais, o movimento coopera para garantir um legado positivo às futuras gerações. É evidente que, ao unir forças entre cooperativas, governos e sociedade civil, podemos avançar significativamente rumo a um mundo mais igualitário e sustentável.