O setor de azeite de oliva no Brasil enfrenta desafios significativos relacionados à autenticidade dos produtos disponíveis no mercado. De acordo com um relatório recente do Ministério da Agricultura, fraudes envolvendo azeites adulterados ou falsificados têm sido uma preocupação crescente em 2024. As autoridades brasileiras intensificaram suas operações para combater essas irregularidades, resultando na apreensão de grandes volumes de produtos fraudulentos.
Entre as estratégias mais comuns utilizadas por fraudadores está a mistura de óleos vegetais refinados mais baratos, como soja e girassol, ao azeite de oliva genuíno. Além disso, o rótulo "extra virgem" é frequentemente utilizado indevidamente, vendendo-se produtos inferiores sob a classificação premium. Essas práticas afetam tanto consumidores quanto produtores locais que lutam contra a concorrência desleal. Uma das maiores operações realizadas até agora foi a “Operação Getsêmani”, responsável pela retirada de mais de 100 mil litros de azeite adulterado do mercado.
A produção nacional de azeite também enfrenta dificuldades devido às importações massivas de produtos estrangeiros, muitos dos quais não passam por rigorosas verificações sensoriais. Embora o governo tenha decidido zerar temporariamente o imposto de importação sobre o azeite, essa medida gerou críticas entre os produtores nacionais. Eles argumentam que tal decisão favorece ainda mais os importados, dificultando ainda mais o crescimento da indústria local. Apesar desses obstáculos, especialistas indicam que a tendência natural é a queda nos preços do azeite no segundo semestre deste ano, impulsionada pela recuperação das safras em países produtores como Portugal e Espanha.
O acesso a alimentos de qualidade deve ser um direito básico para todos. Combater fraudes alimentares não apenas protege a saúde pública, mas também incentiva práticas comerciais éticas e sustentáveis. É fundamental que governos, instituições e consumidores trabalhem juntos para garantir a transparência no mercado e promover a valorização dos produtos locais, contribuindo para uma economia mais justa e equilibrada.