Vizinho Intolerante Ataca Terreiro de Umbanda em Ponta Grossa
Em um ato de intolerância religiosa, um vizinho de um terreiro de Umbanda em Ponta Grossa, Paraná, é acusado de jogar seu carro contra uma umbandista e proferir ofensas contra a mãe de santo e outros frequentadores do local. As cenas foram gravadas em vídeo, revelando um cenário de preconceito e violência que a comunidade religiosa enfrenta há anos.Atos de Ódio e Intolerância Religiosa Denunciados
Agressão Física e Verbal Contra a Comunidade Umbandista
Segundo relatos, o vizinho, Oiles Sarafim, teria jogado seu carro em direção a uma umbandista após uma celebração religiosa no terreiro. Além disso, ele também é acusado de proferir ofensas contra a mãe de santo, Lúcia Mara Santos, e outros frequentadores do local, chamando-os de "bando de macumbeiro do inferno". A mãe de santo ainda afirma que o suspeito jogou uma banana em sua direção, a qual caiu em seus pés.A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) está investigando o caso como injúria preconceituosa por motivos religiosos, injúria racial e racismo, além de avaliar a possibilidade de tentativa de lesão corporal. Até o momento, Sarafim não apresentou um advogado de defesa.Histórico de Conflitos e Processos Judiciais
De acordo com a mãe de santo, Lúcia Mara Santos, este não é o primeiro incidente envolvendo o vizinho. Ela relata que sofre com atos preconceituosos do homem há cerca de 10 anos e, em outras ocasiões, formalizou outros dois processos contra ele.Em 2016, o homem foi réu por perturbação a culto religioso, mas um acordo foi feito com a Justiça e o processo foi extinto. Já em 2019, ele é réu por perturbação a culto religioso e injúria racial, com uma audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 10 de outubro.Intervenção Policial e Tentativa de Fuga
Após o incidente da segunda-feira (30), a Polícia Militar (PM) foi acionada e registrou um boletim de ocorrência. De acordo com o relato, os frequentadores do terreiro estavam em celebração de Cosme e Damião quando a confusão começou após eles serem ameaçados pelo homem.Quando a polícia chegou ao local, Oiles Sarafim teria entrado em sua própria casa e trancado as portas, se recusando a sair mesmo após a ordem policial. A PM ressaltou que a casa possuía portões altos, o que dificultou a entrada da equipe, que não tinha equipamentos adequados para a situação.Em determinado momento, o homem teria saído pela janela e ameaçado ligar para oficiais e deputados, alegando que os policiais "iriam ver o que iria acontecer com eles". No entanto, a PM afirmou que não houve qualquer tipo de interferência de terceiros na atividade policial.Impacto na Comunidade Umbandista e Luta Contra a Intolerância
Para a mãe de santo, Lúcia Mara Santos, esse tipo de situação é uma realidade enfrentada diariamente pela comunidade umbandista. Ela destaca que a mulher negra enfrenta dificuldades em todos os lugares, sendo alvo constante de preconceito e atos de má-fé que prejudicam sua rotina.Esse caso evidencia a necessidade de uma maior conscientização e combate à intolerância religiosa e racial no Brasil. A comunidade umbandista luta para garantir seu direito de praticar sua fé sem sofrer ataques e perseguições, em um país que ainda precisa avançar na promoção da diversidade e do respeito às diferentes crenças.