O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está promovendo uma série de atividades em todo o Brasil com o objetivo de destacar a importância da reforma agrária. No mês de abril, conhecido como Abril Vermelho, famílias camponesas se mobilizam para exigir mudanças no uso das terras brasileiras. A luta visa não apenas redistribuir terras, mas também enfrentar questões fundamentais como soberania alimentar e justiça ambiental. Neste período, os manifestantes lembram eventos marcantes, como o Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido há 29 anos.
Um dos principais argumentos apresentados pelo MST é que a agricultura familiar desempenha um papel crucial na produção de alimentos saudáveis e sustentáveis. Enquanto isso, o modelo do agronegócio tem sido criticado por sua dependência de práticas nocivas ao meio ambiente, como o uso excessivo de produtos químicos e o desmatamento em larga escala. Durante entrevistas, líderes do movimento enfatizaram que a produção agroecológica pode ajudar a conter a inflação dos alimentos e reduzir as desigualdades sociais. Além disso, denunciam que o agronegócio contribui para a degradação ambiental e impacta diretamente comunidades vulneráveis.
A necessidade de políticas públicas mais eficazes para apoiar a reforma agrária também foi destacada. Apesar de reconhecer avanços recentes, como a destinação de algumas áreas improdutivas para assentamentos, o MST critica a falta de medidas concretas para atender à demanda crescente por terras. O movimento defende que áreas ociosas ou pertencentes a grandes devedores do Estado poderiam ser redistribuídas às famílias acampadas. Paralelamente, pedem maior investimento em programas de apoio à agricultura familiar e práticas agroecológicas.
A mobilização nacional demonstra que a reforma agrária é muito mais do que uma questão social; trata-se de um desafio estratégico para garantir segurança alimentar e combater a crise climática. Ao ocupar terras improdutivas e promover a produção local de alimentos, o MST busca mostrar que é possível construir um sistema agrícola mais justo e sustentável. Com esperança e determinação, os manifestantes reafirmam seu compromisso com a transformação estrutural do campo brasileiro, ressaltando que o diálogo com a sociedade é essencial para avançar nessa direção.