O Ministério Público do Rio Grande do Sul, em colaboração com diversas instituições jurídicas, lançou uma campanha inovadora que busca modificar a forma como as relações familiares são vistas no meio legal. A iniciativa visa substituir o termo "visita" por "convivência", promovendo uma percepção mais íntima e afetiva entre pais e filhos. Esta mudança linguística pretende impactar profundamente a realidade das famílias ao redefinir a dinâmica emocional associada às interações parentais.
A campanha é resultado de um acordo de cooperação entre várias entidades, incluindo órgãos judiciários e profissionais da área jurídica. A ideia central é que palavras têm o poder de moldar conceitos e comportamentos. Ao adotar "convivência", espera-se desconstruir a ideia distante e ocasional de "visita", incentivando uma conexão mais próxima e significativa dentro das estruturas familiares.
O movimento, que teve início em 2022, ganha força com o apoio conjunto de instituições importantes na área jurídica gaúcha. A proposta não apenas muda terminologias em documentos oficiais, mas também altera a maneira como os envolvidos percebem suas próprias interações familiares. A escolha consciente das palavras utilizadas em processos legais pode ter um impacto transformador nas dinâmicas familiares cotidianas.
Ao longo dos anos, o termo "visita" foi amplamente utilizado em contextos legais relacionados à guarda e à convivência parental, muitas vezes perpetuando uma visão fria e desprovida de proximidade afetiva. A campanha "Filho não é visita" surge como uma resposta a essa lacuna emocional, propondo uma abordagem mais humana e empática. As instituições parceiras buscam garantir que esta nova perspectiva seja internalizada tanto pelos profissionais quanto pelas famílias diretamente impactadas. Essa mudança não se limita aos ambientes jurídicos; ela deve refletir nos lares, promovendo um ambiente onde a palavra "convivência" realmente signifique presença ativa e amorosa.
A implementação prática dessa ideologia exige um esforço conjunto entre todos os setores envolvidos. Desde advogados até juízes, cada profissional tem um papel crucial na disseminação dessa nova mentalidade. A campanha não só encoraja mudanças formais nos documentos, mas também promove discussões sobre a importância da linguagem no campo emocional das relações humanas.
Segundo Tiago Conceição, coordenador responsável pela iniciativa, a intenção é criar um impacto duradouro na sociedade, modificando gradualmente as percepções enraizadas sobre paternidade e maternidade. O objetivo é que o conceito de "convivência" substitua definitivamente o antigo paradigma de "visita", oferecendo uma visão mais rica e significativa da relação entre pais e filhos. Para alcançar esse objetivo, as instituições parceiras estão trabalhando arduamente na promoção de workshops, treinamentos e materiais educativos que ajudem a consolidar essa mudança cultural. Assim, espera-se que a campanha inspire não apenas profissionais da área jurídica, mas toda a sociedade a repensar sua abordagem em torno das relações familiares modernas.