Queimadas podem encarecer alimentos vendidos no Estado

Sep 22, 2024 at 9:00 AM

Impactos Climáticos na Cadeia Alimentar do Pará: Desafios e Oportunidades

A seca e as queimadas que assolam o Brasil têm impactos diretos sobre a produção e distribuição de alimentos, afetando a segurança alimentar da população. No Pará, a dependência de importação de produtos básicos torna o estado vulnerável às variações climáticas em outras regiões, elevando os custos e pressionando os preços dos alimentos.

Enfrentando os Desafios da Produção e Distribuição de Alimentos no Pará

Impactos das Condições Climáticas Adversas

As condições climáticas adversas, como a seca e as queimadas, têm impactos profundos na produção agrícola e pecuária do Pará. Essas variações climáticas não apenas prejudicam a produção, mas também afetam a logística de distribuição dos alimentos, elevando os custos e tornando o estado mais vulnerável às flutuações de preços.A estiagem dos rios, um fenômeno marcante na região, dificulta o transporte de mercadorias, impactando não apenas o Pará, mas toda a região Norte. Essa dependência do transporte fluvial torna a cadeia de abastecimento mais frágil e suscetível a interrupções, elevando os custos e, consequentemente, os preços finais dos alimentos.

Dependência de Importação de Produtos Básicos

Apesar de ser um grande produtor no agronegócio, o Pará ainda depende em larga escala da importação de produtos básicos, como tomate, feijão e arroz, de outras regiões do país. Essa dependência eleva os custos e torna o estado mais vulnerável às variações climáticas em outras partes do Brasil.Segundo o supervisor técnico do Dieese-PA, Everson Costa, mais da metade do que a população paraense necessita em sua cesta básica vem de fora do estado, chegando a uma dependência de 60% a 80% em alguns produtos. Essa realidade expõe o Pará a riscos e instabilidades na oferta e preços dos alimentos.

Impactos na Cadeia de Distribuição e Formação de Preços

A formação de preços dos produtos alimentícios no Pará é influenciada principalmente pela sua origem, devido à complexidade da cadeia de distribuição. A região Norte, além de continental, é distante dos grandes centros produtores de alimentos do Brasil, o que torna a logística de transporte um fator determinante nos custos finais.O custo do frete, a entressafra dos produtos e a variação na produção são aspectos que afetam diretamente os preços ao longo do ano. Segundo Everson Costa, a série histórica da cesta básica no Pará mostra que o segundo semestre é comumente marcado por mais quedas de preços do que aumentos, com uma nova tendência de alta a partir de dezembro, devido às condições climáticas da região amazônica.

Perspectivas e Desafios para os Próximos Meses

As previsões para os próximos meses apontam para um cenário desafiador, com a possibilidade de aumento nos custos dos alimentos. Mesmo com a queda recente nos preços, a alta acumulada no primeiro semestre foi significativa, chegando a cerca de 3% na cesta básica e ultrapassando 25% em alguns produtos, como o café.Essa realidade impõe aos consumidores a necessidade de adotar estratégias para economizar, como pesquisar preços, aproveitar promoções e optar por compras mais frequentes e em menores quantidades. Além disso, os mercados e feiras locais podem oferecer alternativas mais acessíveis, além de ajudar a movimentar a economia regional.Diante desse cenário, é fundamental que o Pará busque soluções para reduzir sua dependência de importação de alimentos, investindo na produção local e fortalecendo a cadeia de abastecimento. Somente assim será possível mitigar os impactos das variações climáticas e garantir a segurança alimentar da população.