O Brasil enfrenta um desafio significativo no que diz respeito à igualdade de gênero no campo político. O reconhecimento da violência política de gênero como um obstáculo à participação feminina é essencial para garantir avanços sociais e democráticos.
No dia 30 de outubro, caso o projeto seja aprovado, Mato Grosso do Sul terá um marco dedicado ao combate da violência política contra as mulheres. Esta data homenageará Dorcelina Folador, símbolo de resistência e luta, assassinada em 1999 após enfrentar práticas abusivas no exercício de sua função pública.
A escolha dessa data não é casual. Ela representa mais do que uma simples lembrança histórica; é uma chamada para a sociedade repensar suas estruturas e promover mudanças concretas no ambiente político. Ao incluir esta celebração no calendário oficial, busca-se destacar a necessidade de políticas públicas eficazes que protejam as mulheres na política e incentivem sua participação ativa.
A violência política de gênero manifesta-se de diversas formas, desde ameaças diretas até práticas sutis de exclusão. Estudos recentes mostram que quase metade das mulheres prefeitas brasileiras relataram experiências de assédio ou agressões durante seus mandatos. No entanto, apenas uma pequena parcela desses casos é formalmente denunciada, revelando uma cultura de silenciamento que perpetua o ciclo de opressão.
Entre os principais tipos de violência registrados estão a disseminação de informações falsas e discursos de ódio nas redes sociais. Essas práticas prejudicam não apenas as vítimas, mas também minam a confiança pública nos processos democráticos. A falta de apoio institucional amplifica o impacto negativo dessas ações, tornando-as ainda mais devastadoras para as mulheres envolvidas.
Professora, artista plástica e poetisa, Dorcelina Folador deixou um legado indelével na história política de Mundo Novo. Eleita prefeita em 1996, ela implementou inovações significativas em sua gestão, com ênfase na inclusão social e na transparência administrativa. Seu compromisso com causas sociais fez dela uma referência nacional.
O assassinato de Dorcelina Folador em 1999 chocou o país e trouxe à tona questões urgentes sobre a segurança e integridade das mulheres na política. Sua morte simboliza a gravidade da violência política de gênero e reforça a necessidade de medidas preventivas e punitivas mais robustas.
Promover a educação sobre a violência política de gênero é fundamental para transformar a realidade atual. Iniciativas educacionais podem ajudar a desconstruir estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade, criando um ambiente mais acolhedor para as mulheres que desejam ingressar na política.
A proposta legislativa também enfatiza a importância de difundir a trajetória de líderes como Dorcelina Folador, inspirando novas gerações a participarem ativamente da vida pública. Ao celebrar suas conquistas e superações, abre-se espaço para uma nova narrativa que valoriza a diversidade e a equidade.