Proposta de Revisão na Taxa Selic: Alimentos e Energia Fora do Cálculo

Mar 24, 2025 at 9:10 PM
Single Slide

O presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, sugeriu uma modificação no cálculo da taxa Selic ao propor a exclusão de alimentos e energia. Inspirado pelo modelo utilizado nos Estados Unidos, o ministro argumenta que esses fatores são altamente voláteis e dependentes de condições externas como clima e geopolítica. Segundo ele, ajustar os juros não impactaria diretamente essas variáveis. Paralelamente, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou recentemente a taxa Selic para 14,25% anuais, um nível recorde desde outubro de 2016.

Geraldo Alckmin destacou que o sistema americano exclui certos elementos sensíveis ao calcular a inflação. Ele explicou que alimentos, por exemplo, estão sujeitos às flutuações climáticas. "Se ocorre uma seca severa ou alterações climáticas significativas, o preço dos alimentos aumenta inevitavelmente", afirmou o presidente interino. Além disso, ele mencionou que mudanças nos preços do petróleo também fogem ao controle interno de qualquer país. "Esses aspectos estão relacionados a conflitos globais e questões geopolíticas", acrescentou.

De acordo com Alckmin, manter esses itens no cálculo da taxa básica de juros pode levar a decisões econômicas equivocadas. Ele defendeu que políticas monetárias devem focar em fatores mais controláveis dentro das economias nacionais. Essa abordagem, segundo ele, proporcionaria maior estabilidade econômica e eficiência nas decisões tomadas pelo Banco Central.

A decisão recente do Copom de elevar a taxa Selic reflete o cenário atual de pressões inflacionárias no Brasil. No entanto, essa medida tem gerado debates sobre sua eficácia real frente a fatores externos, como os citados por Alckmin. A sugestão de revisão do método poderia ser uma alternativa para melhorar a precisão das intervenções econômicas e evitar reações desproporcionais aos fenômenos climáticos e geopolíticos.

A proposta de Alckmin traz à tona importantes reflexões sobre como as políticas monetárias podem ser refinadas para lidar com variáveis externas. Ao considerar exclusões estratégicas no cálculo da taxa Selic, abre-se espaço para uma análise mais acurada da inflação doméstica e para respostas mais adequadas às necessidades específicas da economia brasileira.