Neste artigo, exploramos uma série de projetos automotivos que poderiam ter mudado o cenário da indústria nacional. Desde veículos compactos até esportivos e peruas, muitos modelos foram planejados para serem produzidos no Brasil, mas nunca saíram do papel ou dos protótipos. Este relato destaca os sonhos não realizados das montadoras, oferecendo um vislumbre dos caminhos alternativos que a indústria automobilística poderia ter seguido.
No início dos anos 70, em meio à efervescência industrial, várias marcas conceberam propostas inovadoras para o mercado brasileiro. Em São Paulo, durante o outono de 1973, a Volkswagen apresentou o Polo como sucessor do Fusca, com design moderno e promissora tecnologia. No entanto, o projeto não decolou, dando lugar ao Gol, totalmente nacional, lançado sete anos depois.
Já em novembro de 1971, um protótipo do Porsche 914 estava sendo desenvolvido na fábrica da Volkswagen no Ipiranga. O modelo, que poderia ter sido uma opção esportiva no país, acabou cedendo espaço ao SP-2, um carro menos sofisticado. Em 1974, o Ford Fiesta também esteve nos planos, mas só seria nacionalizado duas décadas mais tarde.
O Corsa, previsto para substituir o Chevette, teve seu lançamento adiado por três anos, chegando apenas em 1994 na segunda geração. Outro modelo que quase viu a luz do dia foi o Opel Senator, flagrado em testes em 1989 e considerado um possível novo Opala. Apesar da expectativa, ele nunca chegou às linhas de produção.
A Alfa Romeo também flertou com o mercado nacional, planejando trazer o Alfasud, um veículo compacto e acessível. A ideia era inaugurar uma nova fábrica para sua montagem, mas permaneceu apenas nas previsões. Similarmente, a perua 1800, baseada em um modelo inglês, chamou atenção no Salão do Automóvel de 1974, mas não avançou além do protótipo.
Outros projetos notáveis incluem o Mini Puma, apresentado no mesmo salão, e a perua Monza, que gerou boatos e até uma capa de revista, mas nunca foi oficialmente lançada. Por fim, o Ford Sierra, que poderia ter rivalizado com o Monza, passou por testes, mas só foi produzido na Argentina.
Esses exemplos revelam como as decisões estratégicas das montadoras moldaram o panorama automotivo do Brasil. Eles nos fazem refletir sobre os rumos que a indústria poderia ter tomado se diferentes escolhas tivessem sido feitas. Cada projeto abandonado representa uma oportunidade perdida, mas também uma lição valiosa sobre o dinamismo e as incertezas do setor automotivo.