Na primeira mesa-redonda, um time de pais e especialistas se reuniu para falar sobre a importância da paternidade ativa. Beto Lima, pai de João e Helena e publicitário, Thiago Godoy, pai de Angelina e fundador da consultoria Papai Financeiro, Thiago Caldi de Carvalho, pai de Ana Júlia e pneumologista pediátrico, e Leonardo Piamonte, pai de Pipe, Pedro e Guto, psicólogo, escritor e tradutor, participaram da discussão. Toda a conversa foi mediada por Beto Bigatti, pai de Gianluca e Stefano, colunista da Pais&Filhos, criador de conteúdo digital e autor do livro “PAI MALA: relatos sinceros de afeto, vínculos e imperfeições que não estão nos manuais”.
Em um mundo onde os homens não são adequadamente ensinados e preparados para serem pais presentes, é comum sentir-se sozinho e sem referências. A paternidade de forma real traz benefícios para o homem, para o filho, para a parceira e toda a sociedade. Durante a conversa, foram discutidos tópicos como a importância do aprendizado para um homem se tornar pai, o tempo de qualidade com o filho e a saúde financeira da família.
Beto Bigatti começou falando que estava nervoso e emocionado por fazer parte da primeira mesa-redonda de pais do Seminário. Ele acredita que muitos pais se afastam da paternidade por medo. “Se tem instinto ou não, a gente vai descobrir, mas precisa de dedicação, trabalho e não pode fugir desse papel”, afirma.
Logo após, Beto, como mediador da conversa, apresentou os outros participantes e pediu que eles contassem suas histórias com a paternidade.
Beto Lima começou falando que ter filhos não é uma disputa de quem sofre mais entre o pai e a mãe. “Em alguns momentos pode soar como se fosse uma competição e o pai está sofrendo, mas é importante respeitar o sentimento do outro”, afirma. Além disso, ele comenta que a criação é individual e que cada um entende de um jeito. “A história de cada um diz muito sobre a forma que ela enxerga a paternidade e maternidade”.
Thiago Caldi de Carvalho traz seu relato como médico pediatra e fala que no consultório possuem mais pais interessados na criação do filho. “Ainda bem que vemos na história da paternidade uma mudança, antes era o pai como um suporte financeiro e agora é um pai mais empático, com o afeto”, diz o médico.
Com base na temática de que o homem é apenas provedor da casa, os convidados debatem muito sobre essa cultura e afirmam que é algo que precisa mudar. Beto Bigatti fala sobre: “Demonstrar carinho pro filho não afeta a masculinidade do homem.”
Thiago Godoy, ao começar a falar, percebe que houve um aumento no número de homens na plateia e acrescenta a fala de Beto: “O nosso papel é gerar essa cultura dentro de casa, nós podemos trabalhar e ter tempo dentro de casa para ficar com o filho”.
O mediador do bate-papo pergunta para todos qual foi o maior erro que eles cometeram em relação à paternidade. Leonardo Piamonte comenta: “O que eu aprendi ao longo dos meus 25 anos de paternidade é que todo erro é passível de mudança e evolução”. Ele acrescenta ressaltando para a plateia que o ato de errar é normal, mas é importante tentar não cometê-los novamente. “É um convite que eu quero deixar, o processo de você se transformar exige muita humildade e capacidade de escuta, mas ele vai lutar com a forma que a gente se constituiu como espécie”.
“É importante você enquanto estiver com a criança estar de fato presente naquele momento e não distraído com televisão e celular, por exemplo”, diz Thiago de Carvalho. Bigatti complementa dizendo que nunca é tarde para buscar esse tempo de qualidade com o filho e é algo importante porque são momentos especiais que a paternidade proporciona. O mediador recebe mensagens de homens perguntando se devem entrar em contato com o filho após 15 anos sem se falar, e ele afirma que os pais devem buscar interação mesmo depois de tanto tempo ausente.
Para fechar o bate papo, Thiago Godoy conta a importância da educação financeira para as famílias. Ele diz que é necessário ter uma relação saudável com o dinheiro, porque os jogos de apostas, por exemplo, estão acabando com a vida de muitas pessoas. “A riqueza não se constrói com jogos de apostas”, afirma o dono do perfil Papai Financeiro.