A alta nos preços dos alimentos tem sido uma preocupação crescente para os brasileiros. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024, a categoria "Alimentação e Bebidas" registrou um aumento de 7,69%. Apesar do panorama geral indicar elevação, certas culturas podem sofrer quedas temporárias devido à sazonalidade. Este fenômeno está diretamente relacionado às condições climáticas específicas das quatro estações do ano e ao impacto desses fatores na produção agrícola.
O comportamento das estações influencia diretamente a oferta e demanda de produtos alimentícios no país. A falta de água, por exemplo, pode reduzir significativamente a quantidade disponível no mercado, aumentando os preços. Além disso, o Brasil possui biomas com características distintas que reagem diferentemente às mudanças sazonais. Especialistas destacam que pequenos produtores, muitas vezes sem acesso adequado a sistemas de irrigação, são particularmente afetados por essas variações climáticas.
No contexto globalizado, as diferenças entre hemisférios não garantem estabilidade nas produções agrícolas. O geógrafo Gustavo Macedo de Mello Baptista explica que nem todos os alimentos conseguem se adaptar às condições climáticas de diferentes regiões. Apesar disso, há expectativas otimistas para a safra de 2024/2025, com estimativas de crescimento de até 10,3%.
As estações do ano desempenham papéis cruciais na agricultura brasileira. Durante o ciclo anual, primavera, verão, outono e inverno trazem peculiaridades que moldam a disponibilidade hídrica e térmica necessárias para o desenvolvimento das plantações. No caso específico da soja, uma cultura altamente sensível à umidade do solo, o calendário agrícola é rigorosamente respeitado. Em Goiás, por exemplo, a colheita oficial começou em 31 de janeiro, conforme informações fornecidas pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg).
Outro aspecto relevante é a diferenciação entre grandes e pequenos produtores. Enquanto os primeiros destinam grande parte de sua produção para exportação — como foi o caso da soja, responsável por 13% das exportações brasileiras em 2024 —, os segundos são responsáveis pelo abastecimento interno. Contudo, pequenos agricultores enfrentam desafios adicionais, pois muitos não possuem infraestrutura suficiente para lidar com períodos de escassez hídrica, resultando em perdas consideráveis.
O futuro parece promissor, especialmente com a previsão de recorde na colheita de 328,3 milhões de toneladas para a safra 2024/2025. Essa perspectiva animadora também reflete as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que expressou confiança no fortalecimento do setor agropecuário para ajudar na contenção da inflação. Paralelamente, medidas governamentais, como a eliminação temporária de tarifas de importação para certos produtos, visam aliviar a pressão sobre os preços domésticos.
A combinação de políticas públicas, avanços tecnológicos e melhores práticas agrícolas oferece esperança para uma melhoria na situação econômica do setor alimentício brasileiro. Com uma gestão mais eficiente dos recursos naturais e uma maior atenção às necessidades dos pequenos agricultores, é possível mitigar os efeitos adversos da sazonalidade e proporcionar maior estabilidade nos preços dos alimentos no país.