À medida que a celebração da Sexta-feira Santa se aproxima, o aumento nos preços dos alimentos essenciais tem chamado atenção em Salvador. Durante uma visita realizada à Feira de São Joaquim na manhã do dia 16 de abril, consumidores relataram surpresa com os aumentos drásticos, especialmente em produtos como quiabo e peixes. A pesquisa feita no local destaca disparidades significativas nos custos, refletindo um padrão recorrente antes dos feriados.
Em uma manhã ensolarada, moradores da região se reuniram na Feira de São Joaquim para adquirir ingredientes indispensáveis para suas ceias de Páscoa. No entanto, muitos foram pegos de surpresa ao constatar que os preços haviam subido consideravelmente em apenas dois dias. Dona Joice, uma das compradoras presentes, relatou estar perplexa ao verificar que o quiabo, anteriormente vendido por R$ 10, agora estava sendo comercializado por R$ 40.
A situação não é exclusiva deste produto. O peixe arraia também sofreu um aumento substancial, passando de R$ 12,50 para R$ 25 por quilo. Segundo Graziano Gomes Salles, um segurança entrevistado no local, os valores elevados são inevitáveis nesta época do ano, mas ainda geram desconforto entre os consumidores. "A corvina está saindo por R$ 25 e o camarão ultrapassa facilmente os R$ 40", afirmou ele.
Entre outros itens destacados, tomates, pimentões e cebolas estão sendo vendidos em lotes, com preços variando entre R$ 4 e R$ 8. Leite de coco e azeite de dendê também tiveram seus valores ajustados, chegando a R$ 5 e R$ 10 respectivamente. Os preços dos pescados variam bastante dependendo do tipo: sardinha a R$ 12, guaricema a R$ 17, curvina entre R$ 22 e R$ 25, enquanto o camarão pode ser encontrado por até R$ 60.
Dentro da feira, os preços tendem a ser mais organizados, mas nas proximidades, cada vendedor define seu próprio valor, resultando em diferenças significativas.
Comerciantes justificam os aumentos citando maior demanda e dificuldades logísticas durante o período festivo. Contudo, consumidores criticam essa prática anual, considerada abusiva.
O cenário apresentado na Feira de São Joaquim reflete um problema estrutural enfrentado pelos brasileiros, especialmente durante períodos sazonais. A alta expressiva nos preços de alimentos básicos não só afeta as famílias de baixa renda, mas também evidencia a necessidade de políticas públicas mais eficientes para regular os mercados. Como consumidor, fica difícil planejar orçamentos quando os preços podem dobrar ou triplicar em poucos dias.
Esse fenômeno leva-nos a refletir sobre a importância de transparência nos negócios e responsabilidade social por parte dos comerciantes. Além disso, incentivar práticas de compra antecipada pode ajudar a mitigar impactos financeiros durante épocas críticas. Para os consumidores, a lição é clara: planejamento é fundamental, mas igualmente crucial é exigir respeito e justiça no mercado.