Preocupação com a Inflação Alimentícia Afeta Avaliação do Governo Lula

Apr 2, 2025 at 2:00 PM
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A pesquisa Genial/Quaest, divulgada recentemente, revelou um aumento significativo na reprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Este dado tem gerado preocupação entre os ministros do presidente, que atribuem o resultado à inflação nos preços dos alimentos. A análise aponta que a desaprovação cresceu consecutivamente, alcançando um nível inédito, com 56% dos entrevistados reprovando a administração petista. Enquanto isso, a aprovação encontra-se em 41%. Ministros reconhecem que essa situação está impactando diretamente os grupos populacionais prioritários para o Planalto, especialmente trabalhadores informais e parcelas da classe média.

O cenário econômico atual tem colocado pressão sobre o governo federal. Segundo dados da Quaest, uma vasta maioria dos brasileiros (88%) percebeu o aumento nos preços dos alimentos no último mês. Além disso, 81% afirmam que o poder de compra diminuiu em relação ao ano anterior, indicando um salto de 13 pontos percentuais desde dezembro de 2024. Esse contexto tem sido particularmente preocupante para o governo, já que afeta diretamente as camadas mais vulneráveis da população.

Entre os itens mais afetados pela alta estão ovos, cujo preço aumentou cerca de 20%, seguidos por tomates e café moído. O índice IPCA-15, que antecede o cálculo oficial da inflação, registrou um crescimento de 1,09% em março. Esses números destacam a necessidade urgente de medidas eficazes para conter a escalada dos preços.

Diante dessa realidade, o governo Lula tem buscado alternativas para mitigar os efeitos da inflação alimentar. Uma das estratégias adotadas foi a redução temporária das tarifas de importação para nove produtos alimentícios, incluindo azeite e sardinha. Essa medida visa facilitar a entrada desses itens no mercado interno, evitando novas altas. Paralelamente, foi lançada uma nova plataforma voltada para a concessão de crédito consignado, denominada Crédito do Trabalhador. Até agora, essa iniciativa já liberou R$ 2,8 bilhões em empréstimos para assalariados.

Embora a inflação alimentar esteja prejudicando a percepção positiva do governo, ministros mantêm otimismo sobre as entregas futuras da gestão. Eles argumentam que avanços como o aumento da massa salarial e a criação de mais oportunidades de emprego devem compensar os impactos negativos até o final do mandato, em 2026. A expectativa é que essas ações ajudem a recuperar a confiança popular e revertam a tendência de desaprovação atual.

Os resultados da pesquisa refletem não apenas os desafios econômicos enfrentados pelo país, mas também a importância de políticas públicas direcionadas às demandas imediatas da população. Para o governo, a solução passa por um equilíbrio entre medidas emergenciais e ações estruturantes capazes de sustentar a economia a longo prazo. Resta saber se as intervenções atuais serão suficientes para mudar a percepção pública antes do próximo ciclo eleitoral.