Marcela optou por limitar o convívio entre os meninos fora do ambiente escolar, permitindo apenas a participação de Gabriel em festas e eventos com os demais colegas. Essa decisão, apesar de difícil, visava proteger Pedro de uma possível má influência.
A psicóloga Joanna Carvalho ressalta que os pais devem estar atentos a sinais de comportamentos preocupantes em amizades dos filhos, como agressividade, desrespeito a autoridades e dificuldade em seguir regras. Esses fatores podem indicar a necessidade de uma intervenção cuidadosa.
Joanna Carvalho recomenda que os pais evitem simplesmente proibir a amizade ou forçar um afastamento. Em vez disso, devem dialogar com a criança, expondo suas preocupações de forma clara e racional, e estimular a reflexão sobre os comportamentos do amigo.
A especialista sugere que os pais façam perguntas que levem a criança a pensar criticamente sobre a amizade, como "Que tipo de amigo você gostaria de ter?" ou "O que você gosta e o que você não gosta no seu amigo?". Dessa forma, a criança pode chegar a suas próprias conclusões sobre a conveniência da amizade.
Marcela reconhece essa necessidade de autonomia e afirma que não tem a ilusão de poder escolher os amigos dos filhos. Sua intenção é orientá-los, mas a decisão final cabe às crianças.
A psicóloga enfatiza que a interferência dos pais deve ser acompanhada de diálogo e respeito à individualidade da criança. Proibir ou forçar um afastamento pode gerar consequências negativas, como o aumento da rejeição e problemas de comportamento.
Por outro lado, pesquisas também indicam que crianças cujos pais são mais atentos às amizades e referências dos filhos têm menor propensão a sofrer com exclusão e problemas de socialização.
Joanna Carvalho ressalta que a chave está na forma como a intervenção é realizada. Quando os pais orientam e dialogam com a criança, em vez de simplesmente proibir, a chance de obter resultados positivos é maior.
A psicóloga Joanna Carvalho enfatiza que os pais devem orientar os filhos sobre o tipo de pessoa que eles devem ter por perto, mas sem impor suas próprias preferências. O objetivo é ajudar a criança a desenvolver habilidades de discernimento e a construir relações saudáveis.
Ao final, Marcela conclui que, como pais, seu papel é orientar, mas não decidir sobre as relações dos filhos. A decisão final cabe às crianças, cabendo aos pais oferecer o suporte e a orientação necessários para que elas possam fazer escolhas conscientes e construtivas.