A Polícia Federal brasileira lançou uma operação especial para desarticular uma rede criminosa que utilizava empresas de logística para esconder cocaína em alimentos congelados destinados à exportação. Denominada "Iceberg", a operação ocorreu simultaneamente em várias regiões do Brasil, incluindo Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A investigação começou após a descoberta de três remessas de drogas interceptadas na África, revelando um esquema sofisticado envolvendo manipulação de cargas por meio de informações privilegiadas de funcionários das empresas.
Em uma manhã movimentada no sul do Brasil, autoridades federais realizaram uma série de buscas e apreensões em diversas cidades estratégicas. A operação "Iceberg" foi desencadeada principalmente em Itapoá, Garuva e Rio do Sul, em Santa Catarina; Curitiba e Paranaguá, no Paraná; e Sorocaba e Quadra, em São Paulo. Durante as investigações, iniciadas em dezembro de 2022, agentes identificaram como trabalhadores de uma empresa logística conseguiam inserir cocaína em contêineres de frango congelado, sem o conhecimento das empresas legítimas envolvidas.
O grupo criminoso também cooptava funcionários de outras empresas de logística para expandir suas atividades para outros portos, como o de Paranaguá. Estima-se que entre 2022 e 2024 o esquema tenha movimentado cerca de R$ 450 milhões através de transações bancárias fraudulentas. O núcleo financeiro operava com empresas de fachada para realizar pagamentos aos envolvidos nas operações ilegais.
A atuação desta organização gerou prejuízos significativos, afetando negócios internacionais com países africanos e levando até mesmo à prisão injusta de dois representantes de uma empresa importadora libanesa, que foram posteriormente liberados após esclarecimentos pela PF.
Dois pontos cruciais destacados pelas autoridades são: primeiro, a ignorância das empresas legalmente estabelecidas sobre o uso indevido de suas cargas; segundo, os impactos econômicos e humanos causados por tais práticas criminosas.
Com essa operação, a PF reafirma seu compromisso com a segurança nacional e internacional, combatendo eficazmente o tráfico de drogas.
Esse caso demonstra a complexidade e a organização necessária para combater redes de tráfico globalizadas. A cooperação entre agências nacionais e internacionais é essencial para evitar tragédias humanitárias e garantir justiça.
Ao analisar este episódio, percebe-se a importância de mecanismos robustos de fiscalização e controle nos setores de transporte e logística. Além disso, destaca-se a necessidade de conscientização sobre o papel dos empregados nestas organizações, que podem ser influenciados a participar de atividades ilícitas. Este caso serve como alerta para todos os envolvidos na cadeia de suprimentos global.