A Polícia Federal desencadeou uma ofensiva decisiva contra uma organização suspeita de esconder substâncias ilícitas, notadamente cocaína, em produtos alimentícios congelados nos terminais marítimos de Santa Catarina. A ação resultou na execução de mandados judiciais e na apreensão de bens significativos, revelando um complexo sistema financeiro que movimentou centenas de milhões de reais.
O grupo criminoso utilizava empresas fictícias para ocultar transações ilegais e coordenar o tráfico internacional. A operação também identificou conexões com outras atividades ilícitas, ampliando sua abrangência além das fronteiras estaduais.
A intervenção da Polícia Federal envolveu medidas rigorosas para deter os suspeitos e confiscar seus recursos. Com autorização judicial, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e efetuadas 10 prisões em diferentes localidades de Santa Catarina e São Paulo. Além disso, veículos, imóveis e contas bancárias relacionadas a 17 indivíduos foram bloqueados.
A investigação detalhou como o grupo estruturava suas operações através de métodos sofisticados de lavagem de dinheiro. Empresas de fachada eram usadas para facilitar pagamentos aos membros do cartel, mantendo sigilo sobre as verdadeiras origens dos fundos. O controle financeiro meticuloso permitiu-lhes gerenciar fluxos monetários expressivos, estimados em cerca de R$ 450 milhões entre 2022 e 2024.
As consequências desta iniciativa policial estendem-se muito além das prisões e confisco de ativos materiais. A operação evidenciou uma rede criminosa altamente organizada, cujas ramificações ultrapassavam os limites geográficos locais, conectando-se a redes maiores de tráfico interestadual e internacional.
A descoberta do uso de alimentos congelados como meio de transporte de drogas representa uma inovação tática por parte dos criminosos, dificultando a detecção pelos órgãos de fiscalização portuária. Este método requeria coordenação precisa entre os diversos setores da organização, desde a aquisição até o embarque final no exterior. A operação não apenas interrompeu esta rota específica, mas também serviu como alerta para outros possíveis modus operandi empregados por grupos semelhantes.