No início deste mês, autoridades brasileiras realizaram uma operação ampla para desarticular uma organização criminosa especializada em esconder cocaína em cargas de alimentos congelados destinados à exportação. Denominada Operação Iceberg, a intervenção resultou na execução de 14 mandados de busca e apreensão e 10 prisões em várias regiões do país. O foco da investigação estava centrado no uso de infraestruturas logísticas de empresas legítimas, que serviam como fachada para o transporte ilegal de drogas a partir de portos de Santa Catarina e Paraná. A operação também revelou conexões financeiras complexas e movimentações bancárias suspeitas.

Detalhes da Operação e Contexto Criminal

Em um cenário marcado por paisagens costeiras estratégicas, a Polícia Federal desencadeou sua ofensiva contra uma rede de tráfico internacional que se aproveitava das rotas comerciais regulares para ocultar entorpecentes. As operações ocorreram simultaneamente em Sorocaba e outras seis cidades distribuídas pelos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Os alvos incluíam Itapoá, Garuva e Rio do Sul (Santa Catarina), Curitiba e Paranaguá (Paraná), além de Sorocaba e Quadra (São Paulo).

O núcleo da investigação começou com a descoberta de três carregamentos de cocaína interceptados em países africanos, especificamente na Líbia, Libéria e Serra Leoa, durante o final de 2022. Esses lotes estavam meticulosamente escondidos entre produtos alimentícios congelados, originados do porto de Itapoá, em Santa Catarina. Funcionários de uma empresa de logística localizada no estado foram identificados como responsáveis pela manipulação dessas cargas, utilizando informações privilegiadas sobre embarcações e destinos internacionais.

A operação ainda expôs a participação de um grupo financeiro que movimentou cerca de R$ 450 milhões entre 2022 e 2024, utilizando empresas fictícias para mascarar os pagamentos relacionados ao tráfico. Importante destacar que as empresas envolvidas nas exportações e importações legítimas não tinham conhecimento das atividades ilícitas. Como consequência, negócios com parceiros africanos foram severamente prejudicados, culminando na prisão injustificada de dois representantes de uma empresa líbia, que só foram liberados após intervenções judiciais.

Com o sucesso da Operação Iceberg, ficou evidente o impacto devastador causado pelo crime organizado em cadeias comerciais globais e na vida de inocentes.

Esse caso serve como um alerta crucial para as autoridades e setores empresariais sobre a necessidade de maior vigilância e colaboração para evitar abusos no sistema logístico. Além disso, reforça a importância de políticas mais rigorosas no controle de exportações e importações, garantindo transparência e segurança em operações internacionais. A eficiência da ação policial demonstra que é possível enfrentar redes criminosas complexas com planejamento e cooperação interinstitucional.