A indústria automobilística desempenha um papel crucial na economia portuguesa, contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) e gerando receitas fiscais substanciais. Em 2024, este setor empregou cerca de 167 mil pessoas e envolveu mais de 35 mil empresas, tornando-se uma peça-chave no cenário econômico nacional. Além disso, reflete as tendências globais rumo à sustentabilidade e à transição energética. No entanto, apesar dos avanços positivos, persistem desafios significativos para alcançar um futuro mais verde.

Um dos principais obstáculos reside na renovação do parque automóvel em Portugal. A circulação de veículos antigos, muitos com mais de duas décadas, representa um problema crítico, especialmente num contexto em que a União Europeia estabelece metas ambiciosas para a descarbonização. Atualmente, apenas uma pequena parcela da frota utiliza energias alternativas, indicando que há muito caminho a percorrer para atender às exigências europeias. Outro fator preocupante é o aumento das importações de veículos usados movidos a diesel, que contraria os esforços de conscientização ambiental e promove a entrada de veículos poluentes no país.

A transformação do setor automóvel português rumo à sustentabilidade é um caminho inevitável e urgente. As metas europeias já definidas exigirão mudanças significativas nos próximos anos, tanto na renovação da frota quanto na redução da pegada ambiental do transporte. É fundamental reforçar políticas públicas que incentivem a adoção de veículos elétricos e outras tecnologias limpas. Embora existam sinais encorajadores, como a liderança dos veículos sustentáveis no mercado de novos ligeiros, ainda é necessário fortalecer os apoios financeiros para o cidadão comum. Com as medidas certas, Portugal pode se posicionar como um exemplo de sucesso nesta transição, garantindo não apenas benefícios ambientais, mas também melhorias na segurança rodoviária e eficiência energética.