O Impacto da Segurança Digital na Vida de Crianças e Adolescentes Brasileiros
Dec 18, 2024 at 11:16 PM
A pesquisa inédita realizada pelo Instituto Locomotiva, encomendada pela Unico, destaca um cenário alarmante sobre a presença de jovens em plataformas de apostas esportivas e cassinos online. O estudo revela que 17% dos pais confirmam que seus filhos, com idades entre 7 e 17 anos, possuem perfis nessas plataformas, levantando questões cruciais sobre a proteção digital dessa parcela vulnerável da população.
Protegendo o Futuro: Medidas Urgentes para Garantir a Segurança Online
A Presença Inadequada de Jovens em Plataformas de Apostas
A presença de crianças e adolescentes em sites de apostas esportivas é uma realidade preocupante no Brasil. Estudos recentes mostram que 17% dos pais relatam que seus filhos, entre 7 e 17 anos, têm perfis em tais plataformas. Este fenômeno não apenas viola a legislação vigente, mas também expõe os jovens a riscos financeiros e emocionais significativos. Felipe Magrim, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Unico, enfatiza a necessidade de medidas mais robustas para proteger esse público.Por décadas, a falta de regulamentação específica facilitou o acesso de menores às casas de apostas online. No entanto, a partir de 1º de janeiro de 2025, novas regras entrarão em vigor, exigindo que apenas empresas habilitadas operem no país. Uma das condições fundamentais é o bloqueio do acesso de menores de idade e outros grupos proibidos por lei. Isso só será possível com o apoio de tecnologias eficazes de verificação de identidade, como a biometria facial.Riscos Financeiros e Emocionais Associados às Apostas
Os métodos de pagamento utilizados pelos jovens em plataformas de apostas variam amplamente. Dados indicam que Pix (63%), cartão de crédito (48%), cartão de débito (38%) e boleto (14%) são as formas mais populares. A facilidade de acesso a esses métodos, muitas vezes sem supervisão ou conhecimento dos pais, coloca os jovens em situação de vulnerabilidade. As consequências podem ser devastadoras, desde perdas financeiras até impactos emocionais profundos.Para mitigar esses riscos, é fundamental que as plataformas, em colaboração com órgãos reguladores, implementem tecnologias de verificação de identidade. Essas soluções devem impedir o cadastro e a participação de menores nesses ambientes. Além disso, a conscientização dos pais sobre os perigos associados às apostas online é crucial. Muitos pais desconhecem completamente quais métodos de pagamento seus filhos utilizam, aumentando ainda mais o risco.Regulamentação e Tecnologia: Aliados na Proteção
A Lei 14.790/2023, responsável por regulamentar as apostas online no Brasil, impõe requisitos rigorosos para que as empresas operem de forma regular e segura. Uma dessas exigências é a utilização de biometria facial para autenticar a identidade dos usuários, garantindo que pessoas proibidas por lei, incluindo menores de idade, sejam barradas. A segurança e a privacidade dos dados dos apostadores devem ser tratadas como prioridades absolutas.As restrições envolvem também a divulgação das plataformas, que devem deixar claro que o acesso de menores é proibido. Propagandas não devem usar elementos direcionados a esse público. Nesse mercado de cifras significativas, onde o setor deve movimentar anualmente cerca de R$ 150 bilhões no país, colocar em prática medidas para evitar o acesso de menores e proteger os dados dos jogadores é uma obrigação. Quem não cumprir as regras a partir de janeiro perderá o direito de atuar em território nacional.Conscientização e Diálogo nas Famílias
O diálogo e a conscientização dentro das famílias são essenciais para enfrentar os desafios digitais. Com números expressivos e a atratividade natural do segmento, é importante desenvolver trabalhos de conscientização para crianças e adolescentes. Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, ressalta que os ambientes digitais estão moldando as novas gerações, trazendo à tona desafios importantes. Jogos online já fazem parte do cotidiano de crianças e adolescentes, mas também de adultos, evidenciando a urgência de diálogos e conscientização nas famílias.Mais do que proteger, é necessário garantir que essa geração — e seus pais — naveguem na internet de forma segura e saudável, transformando o digital em uma ferramenta de crescimento, e não de vulnerabilidade. Afinal, o futuro depende de uma navegação digital responsável e consciente.