A pesquisa do Instituto Datafolha revela como a inflação está moldando as decisões das famílias brasileiras. Cerca de 58% reduziram a quantidade de alimentos comprados nos últimos meses, enquanto 8 em cada 10 indivíduos relataram alterações nos seus hábitos diários. Ainda mais alarmante é o fato de que um quarto da população enfrenta escassez alimentar em suas residências.
Além disso, medidas econômicas adotadas pelo governo atual não mostraram resultados significativos até agora, e grande parte da população atribui responsabilidade direta ao Planalto pela escalada dos preços. O estudo também identifica estratégias utilizadas pelos brasileiros para lidar com o aumento dos custos, incluindo economias domésticas e busca por rendas adicionais.
No cenário atual de desafios econômicos, os brasileiros estão adotando várias abordagens para gerenciar melhor seus orçamentos familiares. Reduzir o consumo de energia elétrica, água e gás de cozinha tornou-se uma prática comum entre metade dos entrevistados. Outros métodos mencionados envolvem encontrar fontes alternativas de renda ou limitar o uso de medicamentos essenciais.
Essas mudanças refletem a crescente preocupação das famílias com o aumento dos preços básicos. Para muitos, isso significa sacrificar itens indispensáveis como remédios e serviços públicos. Além disso, 36% dos participantes indicam que pararam de pagar dívidas anteriores, e outros 26% admitiram ser incapazes de arcar com despesas fundamentais dentro de casa. As diferenças nas respostas dependem do alinhamento político dos entrevistados; aqueles próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro demonstram maior propensão a adotar tais estratégias.
Entre os fatores analisados no estudo, destaca-se a percepção pública sobre o papel do governo na elevação dos preços dos alimentos. Grande parte da população, especificamente 54%, considera que a administração atual tem forte influência nesse contexto. Entretanto, opiniões divergem conforme variáveis socioeconômicas e preferências políticas.
Para ilustrar, enquanto 72% dos eleitores de Lula reconhecem alguma responsabilidade governamental, eles tendem a dividir essa culpa igualmente entre produtores rurais e conflitos globais. Por outro lado, apoiadores de candidatos como Romeu Zema e Tarcísio de Freitas atribuem maior ênfase à gestão federal. Os dados do IBGE reforçam essa preocupação ao destacar aumentos substanciais em categorias específicas, como tomate (22,55%) e café moído (77,78%), refletindo diretamente no bolso do consumidor médio.