Assassinato em Beverly Hills: A Saga dos Irmãos Menéndez

A história dos irmãos Menéndez, condenados pelo brutal assassinato de seus pais em 1989, é retratada na nova temporada da série "Monstros" da Netflix. O caso chocou a América e dividiu a opinião pública, com os irmãos alegando terem cometido o crime em legítima defesa devido a anos de abusos sofridos. Agora, novas provas e alegações de abuso sexual por parte de outras vítimas podem levar a uma revisão do caso.

Uma Tragédia Familiar Que Abalou a Nação

O Crime Que Chocou Beverly Hills

Em 20 de março de 1989, José e Kitty Menéndez, um casal de executivos de alto escalão da indústria musical, foram brutalmente assassinados em sua luxuosa mansão em Beverly Hills, Califórnia. Seus filhos, Erik e Lyle, então com 18 e 21 anos, respectivamente, foram os primeiros a descobrir os corpos e chamar a polícia. Inicialmente, as autoridades suspeitaram de grupos mafiosos e outras pessoas próximas aos Menéndez, mas logo os próprios filhos entraram no radar das investigações, principalmente devido ao estilo de vida luxuoso que passaram a levar após a morte dos pais.

A Confissão Que Mudou Tudo

O ponto de virada no caso veio quando Erik Menéndez confessou ao seu psicólogo, Jerome Oziel, que ele e o irmão haviam assassinado os pais. Essa revelação levou à prisão dos irmãos em 1990 e ao início de uma longa série de julgamentos que atraíram a atenção de milhões de americanos.

A Alegação de Legítima Defesa

Durante os julgamentos, Erik e Lyle Menéndez admitiram ter assassinado os pais, mas alegaram que o fizeram em legítima defesa devido aos supostos abusos sexuais, psicológicos e físicos que sofreram nas mãos do pai desde a infância. Em seus depoimentos emocionados, os irmãos descreveram uma vida de provações e ameaças, com a mãe supostamente incapaz de intervir.

Um Julgamento Dividido

O primeiro julgamento dos irmãos Menéndez terminou em um impasse, com alguns jurados acreditando na versão de defesa sobre os abusos, enquanto outros aderiam à tese da acusação de que o crime fora premeditado para obter a herança dos pais, estimada em 14 milhões de dólares. No segundo julgamento, realizado sem a presença de câmeras de TV e com o juiz descartando os depoimentos sobre os alegados abusos, os irmãos foram condenados à prisão perpétua.

Condenação e Separação

Em 18 de abril de 1996, Lyle e Erik Menéndez foram sentenciados à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. Os irmãos foram mantidos em prisões separadas por 22 anos, só se reencontrando em 2018 no Centro Correcional RJ Donovan, em San Diego.

Novas Provas e Esperança de Revisão

Desde a condenação, familiares e amigos dos irmãos Menéndez têm lutado pela revisão do caso, argumentando que o julgamento foi prejudicado pela impossibilidade de apresentar provas sobre os supostos abusos. Recentemente, novas alegações de abuso sexual envolvendo o pai, José Menéndez, e uma carta escrita por Erik antes dos assassinatos, também relatando os abusos, foram apresentadas à Justiça da Califórnia. Essa nova evidência pode levar a uma revisão do caso e, quem sabe, à liberdade dos irmãos.