Uma história de determinação e perseverança se desenrola no coração da América do Sul. Isabel Streski, uma mãe paranaense, decidiu mudar-se para o Paraguai após o misterioso desaparecimento do filho, Antonio Augusto. Sem respostas concretas das autoridades locais, ela assumiu a responsabilidade de investigar pessoalmente o paradeiro do jovem, que sumiu na cidade de Mariano Roque Alonso. Ao longo dos anos, Isabel não apenas buscou seu próprio filho, mas também criou uma associação para ajudar outras famílias em situação semelhante. Apesar de já ter auxiliado na localização de 83 pessoas, a ausência de pistas sobre o destino de Antonio continua sendo sua maior angústia.
No outono de 2022, um momento decisivo marcou a vida de Isabel Streski. Quando soube do desaparecimento de seu filho, então com 25 anos, ela deixou tudo para trás e embarcou numa jornada rumo ao desconhecido. O jovem estudante, natural de Ponta Grossa, estava cursando o último ano de graduação em uma universidade paraguaia quando desapareceu sem deixar rastros. Isabel, movida pela esperança e pelo amor materno, iniciou uma busca incansável, examinando cada detalhe do diário do filho, analisando registros digitais e contatando todas as pessoas mencionadas nos escritos dele. Ela também lançou campanhas nas redes sociais e na imprensa para mobilizar apoio público.
A mudança para o Paraguai transformou completamente a vida de Isabel. Além de dedicar-se à busca pelo filho, ela fundou a Associação de Famílias de Desaparecidos no Paraguai, oferecendo orientação e apoio emocional a outras mães e familiares em situação semelhante. Através dessa experiência, Isabel descobriu uma vocação inesperada: ser uma fonte de esperança e conselho para aqueles que vivem sob o peso da incerteza.
O caso de Antonio Augusto chamou a atenção de autoridades brasileiras e paraguaias, mas até hoje nenhuma pista concreta foi encontrada. Isabel relata que enfrentou dificuldades para obter suporte efetivo das instituições oficiais, o que intensificou seu compromisso em buscar respostas por conta própria.
Enquanto continua sua busca, Isabel também cuida do filho mais novo, Pedro, agora com 13 anos. A família passou por um processo de readaptação, incluindo tratamento psicológico, para lidar com o trauma e manter a esperança viva.
Do outro lado da fronteira, o problema do desaparecimento de pessoas é alarmante. Em 2022, mais de 1,2 mil pessoas foram registradas como desaparecidas no Paraguai, muitas delas menores de idade. A criação da associação por Isabel reflete uma necessidade crescente de apoio e solidariedade entre as famílias afetadas.
“A dor de não saber é insuportável”, confessa Isabel. “Mas eu prometi a mim mesma que não desistiria. Seja da forma que for, vou encontrar meu filho.”
Esta história real destaca a importância do apoio familiar e comunitário em situações de desaparecimento. Isabel Streski não só luta pela verdade sobre o destino do próprio filho, mas também tornou-se uma voz poderosa para outros que compartilham essa dura realidade. Sua persistência serve como um lembrete da força indomável do amor materno e da importância de nunca abandonar a esperança, mesmo diante das circunstâncias mais difíceis.