O presidente-eleito Donald Trump recentemente fez uma promessa de pôr fim à cidadania de nascimento, o que desencadeou críticas acesas de sua sobrinha Mary Trump. Nesse artigo, exploraremos as implicações dessa política e a história familiar da família Trump.

Descubra a Ironia da Cidadania de Nascimento na Família Trump

O Pacto de Trump com a Cidadania de Nascimento

O presidente-eleito Donald Trump anunciou seu compromisso de encerrar a cidadania de nascimento, o que gerou muita discussão. Durante uma entrevista na NBC Meet the Press com Kristen Welker, no domingo, Trump reafirmou seu compromisso de eliminar a cidadania automática para crianças nascidas por imigrantes sem documentos. "Vamos terminar isso porque é ridículo," disse Trump, acrescentando que tentaria fazê-lo "através de ação executiva". No entanto, esse plano enfrenta grandes obstáculos legais, especialmente um precedente da Suprema Corte que está vigente há mais de 120 anos. O caso landmark de 1898, United States v. Wong Kim Ark, estabeleceu que as pessoas nascidas no território dos EUA são titulares de cidadania, independentemente do status dos pais. Quando pressionado sobre os desafios legais inevitáveis, Trump mudou de assunto para falar sobre os custos da litigância, afirmando que esses casos "duram por anos" e custam "centenas de bilhões de dólares".

A História Imigrante da Família Trump

A história da família Trump começa em 1885, quando Friedrich Trump, um barbeiro alemão de 16 anos, comprou um bilhete de ida única para os EUA. De acordo com registros históricos, ele estava fugindo de três anos de serviço militar compulsório alemão - uma decisão que teria consequências posteriores. Um historiador alemão, Roland Paul, descobriu documentos mostrando que quando Friedrich tentou voltar para a Alemanha mais tarde, as autoridades revogaram sua cidadania e o ordenaram a sair do país por evadir o alistamento. Durante décadas, a família Trump escondeu essas raízes alemãs. Donald Trump mesmo afirmou ter origem sueca em seu livro "O Arte do Negócio", escrevendo que seu avô "veio aqui da Suécia como uma criança". De acordo com seu primo e historiador familiar John Walter, essa fabricação foi mantida por pedido de Fred Trump para evitar incomodar amigos e clientes judeus na pós-guerra. A herança imigrante também se estende para o lado materno de Trump. Sua mãe, Mary Anne MacLeod, veio da ilha de Lewis, na Escócia, onde vivia em condições modestas como parte de uma família Gaelica de dez filhos. Nascida de um pescador e um agricultor subsistente na vila de Tong, ela trabalhou como empregada doméstica após chegar nos EUA na década de 1930 antes de se casar com Fred Trump. Ela se tornou cidadão naturalizado em 1942.

A Importância do Emendamento 14

Durante a aparição na MSNBC, Mary Trump enfatizou a importância histórica do Emendamento 14. Ela apontou o contraste acentuado entre a posição de seu tio e a história de sucesso imigrante da família. "O que ele também não entende é a razão pela qual temos o Emendamento 14. Foi porque enslamos uma raça inteira de pessoas," disse ela, referindo-se ao papel desse emendamento em garantir a cidadania para pessoas libertadas da escravidão após a Guerra Civil.

A Política de Imigração de Trump

Enquanto mantém uma posição rígida em relação à imigração, incluindo planos de deportações massivas começando pelos que cometeram crimes, Trump expressou abertura em proteger "os sonhos". Esses são imigrantes sem documentos que chegaram aos EUA como crianças. "Vou trabalhar com os democratas em um plano," disse Trump para Welker, notando que muitos beneficiários da Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA), um programa que protege jovens imigrantes elegíveis da deportação, "se tornaram bem-sucedidos" e possuem negócios. Os beneficiários de DACA devem ter entrado nos EUA antes dos 16 anos, ter vivido no país continuamente desde 2007, ter concluído o ensino médio ou obter um GED e não ter antecedentes criminais. Até março de 2023, aproximadamente 578.000 beneficiários ativos de DACA viviam nos EUA.