Desde o início de sua vigência, a decisão do governo federal de suspender temporariamente as tarifas de importação busca aliviar a pressão inflacionária sobre itens essenciais no dia a dia da população. Entre os produtos beneficiados estão carnes, café, óleos e grãos, que agora podem ser adquiridos sem a cobrança de impostos adicionais. Esse movimento pretende influenciar positivamente o custo de vida em um cenário econômico desafiador.
A aplicação prática dessa medida ainda demanda tempo para surtir efeitos visíveis no mercado interno. Diversos especialistas destacam que fatores externos, como a cotação cambial e infraestrutura logística, continuam moldando os preços finais desses alimentos. Além disso, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estima que os reflexos poderão ser percebidos apenas após dois meses, considerando o ciclo de reposição de estoques e ajuste gradual das margens comerciais. Para Márcio Milan, vice-presidente da entidade, certos produtos com maior rotatividade nas prateleiras tendem a absorver mais rapidamente as vantagens oferecidas pelo regime tributário especial.
O impacto fiscal sobre os valores dos alimentos não deve ser uniforme entre todos os segmentos contemplados. Enquanto alguns produtos nacionais já se encontram competitivos globalmente, outros poderão sentir uma competição direta com mercadorias estrangeiras. De acordo com Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, essa abertura pode ajudar a regular expectativas futuras, evitando aumentos excessivos no mercado local. Eduardo Natal, advogado tributarista, reforça que o ajuste ocorrerá de forma progressiva à medida que novas remessas importadas ingressarem no país com as condições fiscais atualizadas. Essa política pública demonstra o compromisso do governo em buscar soluções sustentáveis para garantir o acesso à alimentação básica, promovendo estabilidade econômica e bem-estar social.