Filhos que fazem papel de pais dos Pais

Aug 11, 2024 at 2:23 PM
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A Jornada Inesperada: Quando os Filhos se Tornam Pais dos Pais

Neste artigo, exploramos a transformação surpreendente que muitos brasileiros estão vivenciando, à medida que assumem o papel de cuidadores de seus pais envelhecidos. Uma história de amor, dedicação e a bela travessia da vida.

Uma Perspectiva Única sobre o Envelhecimento e a Família

Laços Familiares Fortalecidos pelo Tempo

Desde a infância, Roberta Gontijo Teixeira e Haroldo Assunção, filho de Célio Honório e Dona Luzia, compartilharam uma amizade profunda. Juntos, eles cresceram, estudaram e se tornaram uma grande família. Naquele domingo, durante a festa do Engenho, eles tiveram a oportunidade de relembrar essa história e celebrar o privilégio de terem pais tão dedicados e ativos.A fotografia dos pais de Haroldo dentro da Igrejinha do Engenho despertou em Roberta uma grande emoção. Ela, assim como Haroldo e tantos outros brasileiros, teve a sorte de contar com o amparo e a construção de um forte alicerce familiar, o que lhes permitiu se desenvolver e aproveitar o melhor que a vida tem a oferecer.

Uma Nova Geração de Longevidade

Graças aos avanços da medicina, à alimentação saudável e à prática regular de atividades físicas, a geração atual de 40, 50 e 60 anos faz parte de uma nova realidade. Eles estão cheios de sonhos, planos e projetos, com uma perspectiva de vida mais longa pela frente.Essa longevidade, tanto dos filhos quanto dos pais, traz consigo um novo desafio: o papel paterno invertido. Em diversas famílias, os filhos passam a exercer o papel de cuidadores de seus pais. Essa transição, embora possa assustar e deixar as pessoas um pouco inertes, perdidas e até exaustas, também traz consigo a oportunidade de retribuir o amor e o cuidado que receberam.

O Privilégio de Cuidar dos Pais

Agora, são os pais que dependem da atenção, do cuidado e do olhar de seus filhos. Mas isso não se resume apenas a uma tarefa árdua. É também a possibilidade de curtir a companhia deles, mostrar-lhes a vida e levá-los a lugares que não tiveram a oportunidade de conhecer.Roberta reconhece que nem sempre é uma tarefa fácil e prazerosa. Envolve toda uma logística, dedicação, abdicação e, em alguns casos, até um certo malabarismo. Afinal, o envelhecimento é um processo implacável e irreversível.Lidar com os remédios, as consultas, as deficiências físicas recém-adquiridas e a dor de ver os pais perderem a cognição ou a capacidade física pode ser angustiante. Mas, mesmo diante desses desafios, é preciso olhar e agradecer a beleza de viver esse momento.

A Beleza da Convivência e do Cuidado

Ter os pais por perto, poder curtir a vida com eles e retribuir um pouco do muito que fizeram é um privilégio. Conduzir e amparar os pais em direção à velhice, estar com eles de mãos dadas e dizer "estou aqui, não precisa ter medo" é uma oportunidade de retribuir o cuidado que eles tiveram conosco em nossas transições e medos.Roberta lembra de uma história comovente, em que uma profissional da ciência afirmou que um dos fatos históricos mais marcantes para a humanidade foi o momento em que os nômades, em vez de abandonarem seus deficientes, doentes e idosos, passaram a fixar morada para ampará-los e cuidar deles.Nesse sentido, Roberta convida a todos a suavizar seus processos e compreender que a vida nada mais é do que uma travessia e um amparo mútuo. Não há nada tão precioso quanto a beleza da convivência e do cuidado com o outro, especialmente quando esses outros são os nossos pais.