Um estudo recente avaliou o impacto de duas abordagens alimentares – a dieta planetária e a dieta mediterrânea – sobre a mortalidade em uma população ampla. Baseando-se em dados coletados entre 2008 e 2010 no âmbito do Enrica (Estudo de Nutrição e Risco Cardiovascular na Espanha), a pesquisa examinou hábitos alimentares de mais de 11 mil indivíduos com idades entre 18 e 96 anos. Durante um acompanhamento que se estendeu por cerca de 14,4 anos, foram registradas quase 1.200 mortes. Os resultados revelaram que tanto a adesão à dieta planetária quanto à dieta mediterrânea está associada a uma redução significativa do risco de mortalidade.

Detalhes da Pesquisa e Comparação das Dietas

No contexto deste estudo, realizado em um período marcado por transformações sociais e ambientais, cientistas quantificaram numericamente os cardápios dos participantes para determinar o alinhamento com as orientações dietéticas estudadas. A dieta planetária enfatiza vegetais frescos, grãos integrais, nozes e gorduras saudáveis, além de um consumo moderado de laticínios e proteínas como peixes e aves. Já a dieta mediterrânea destaca a utilização de ingredientes tradicionais dessa região, como frutas, legumes sazonais, grãos integrais e azeite como principal fonte de gordura. Ambas as abordagens priorizam reduções nos níveis de carne vermelha, açúcares refinados e gorduras saturadas.

Os resultados indicaram que os participantes que seguiram fielmente a dieta planetária apresentaram uma diminuição de 22% no risco de morte, enquanto aqueles que aderiram rigorosamente à dieta mediterrânea mostraram uma redução de 21%. Essas descobertas sublinham não apenas os benefícios à saúde humana, mas também a relevância dessas práticas alimentares em termos de sustentabilidade ambiental.

A especialista Mercedes Sotos Prieto ressaltou que ambas as estratégias oferecem vantagens comparáveis em relação à longevidade e ao impacto ambiental positivo.

De acordo com esta análise, a escolha de uma dieta baseada em vegetais pode ser uma poderosa ferramenta para promover a saúde individual enquanto contribui para a preservação do planeta. Como jornalista, considero este estudo um lembrete importante de que nossas decisões diárias sobre alimentação têm repercussões muito além do corpo humano, afetando diretamente o futuro do meio ambiente global. Optar por uma abordagem equilibrada e consciente pode ser o primeiro passo para um mundo mais saudável e sustentável.