O Brasil enfrenta uma série de desafios que vão além dos fatores climáticos, como destacado pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Ela aponta a falta de planejamento no passado, tanto em termos econômicos quanto ambientais, como uma das causas dos atuais aumentos nos preços dos alimentos. Além disso, ressalta a necessidade de um olhar mais amplo para questões como produtividade agrícola, preservação ambiental e envelhecimento populacional.
No contexto atual, é essencial repensar estratégias para os próximos 25 anos. A ministra critica decisões tomadas nos últimos decênios e enfatiza a importância de medidas preventivas frente às mudanças climáticas e à estabilidade fiscal. Para isso, o governo busca promover debates com especialistas e setores da sociedade.
A ministra Simone Tebet destaca que a alta dos alimentos não se deve apenas a condições climáticas, mas também a falhas estruturais herdadas de gestões anteriores. Entre elas estão a ausência de políticas efetivas para controlar o desmatamento na Amazônia e a falta de iniciativas para melhorar a produtividade agrícola fora do ambiente controlado pela Embrapa. O câmbio instável, influenciado por incertezas fiscais, também impacta diretamente os preços domésticos.
O planejamento estratégico torna-se crucial para corrigir erros cometidos ao longo dos anos. Segundo Tebet, foi insuficiente o esforço realizado para combater problemas como o desmatamento, cujo impacto ambiental contribui para secas nas regiões agrícolas do Centro-Oeste. Além disso, houve negligência em práticas que reduzissem o desperdício alimentar e incrementassem a produção rural de forma sustentável. Ao criticar as políticas cambiais adotadas anteriormente, a ministra reforça a necessidade de um controle fiscal robusto capaz de evitar flutuações excessivas na moeda nacional. O objetivo agora é construir soluções que contemplem tanto a economia quanto o meio ambiente, garantindo segurança alimentar para as futuras gerações.
Outro ponto central destacado por Simone Tebet é o desafio do envelhecimento populacional brasileiro. Ela argumenta que o país está envelhecendo mal, sem ter alcançado níveis adequados de desenvolvimento econômico antes dessa transição demográfica. Esse cenário contrasta com experiências europeias, onde o crescimento econômico precedeu o processo de envelhecimento.
Para lidar com essa questão, é necessário implementar um planejamento estruturado com metas claras para os próximos 25, 30 ou até 50 anos. A ministra menciona que o evento organizado pelo Ministério do Planejamento visa justamente discutir esses temas com especialistas e representantes de diversos setores da sociedade. Essa abordagem multidisciplinar pretende criar soluções inovadoras capazes de enfrentar os desafios impostos pelo envelhecimento populacional, garantindo qualidade de vida aos idosos e sustentabilidade financeira ao sistema previdenciário. O foco está em objetivos concretos para curto, médio e longo prazos, evitando que o futuro seja moldado apenas por ficções sem base real.