Gloria Pires é alvo de crítica por ‘selinhos’ na filha: pais podem ou não podem beijar os filhos na boca?
Jun 14, 2024 at 8:00 AM
Beijos Maternos: Expressão de Amor ou Preocupação?
Palavras-chave:Beijos MaternosRelação Pais-FilhosConsentimento e AutonomiaResumo:1. Polêmica em Torno dos Beijos Maternos2. Entendendo a Perspectiva dos Especialistas3. Ensinando Consentimento e Autonomia desde Cedo4. Evitando Confusões e Vulnerabilidades5. Reorganizando a Dinâmica FamiliarA recente polêmica envolvendo a atriz Gloria Pires e seu gesto de carinho com a filha Ana Morais acendeu um debate sobre os limites do afeto entre pais e filhos. Enquanto alguns defendem que o beijo na boca é uma demonstração natural de amor, outros questionam se essa prática pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento das crianças.Beijos Maternos: Expressão de Amor ou Preocupação?
Polêmica em Torno dos Beijos Maternos
O vídeo de Gloria Pires beijando a filha na boca viralizou nas redes sociais, gerando uma onda de críticas e debates sobre os limites do carinho entre pais e filhos. Essa não é a primeira vez que famosos são alvo de julgamento por esse tipo de gesto, com nomes como Thais Fersoza, Gabi Brandt, David Beckham, Jennifer López, Beyoncé e Will Smith também sendo questionados pelo "Tribunal da Internet".Em entrevista, Gloria Pires afirmou que o beijo é algo comum em sua família e que respeita o pedido dos filhos quando eles não se sentem confortáveis com a prática. Seu filho caçula, Bento, por exemplo, pediu para não ser mais beijado na boca quando completou 17 anos.Entendendo a Perspectiva dos Especialistas
Ao conversar com especialistas, o Terra buscou compreender se essa prática é recomendada ou não, bem como seus possíveis impactos na formação das crianças. A psicóloga e psicanalista Juliana Hampshire aponta que, apesar de entendermos o beijo na boca do filho como um gesto inocente, ele pode transmitir a ideia de que algumas pessoas adultas podem beijar a criança, tornando-a mais vulnerável a situações de abuso.Isso porque, como explica a psicóloga, o vínculo entre um adulto e uma criança é uma relação de poder, na qual o adulto é visto como alguém de confiança. Infelizmente, a maior parte dos abusos contra crianças e adolescentes são cometidos por adultos próximos, que fazem parte do círculo de confiança da família.Ensinando Consentimento e Autonomia desde Cedo
Para a psicóloga Juliana Hampshire, é fundamental que pais e mães ensinem desde cedo sobre autonomia e consentimento, pois isso é um fator de proteção à infância. Ela ressalta a importância de transmitir aos filhos que eles são pessoas autônomas, e não uma extensão dos pais.Além disso, a psicanalista enfatiza a necessidade de os pais conversarem rotineiramente com seus filhos para qualificar os tipos de violência e toques que o adulto (ou outra criança ou adolescente) não devem fazer. Criar ferramentas para que as crianças possam identificar o que gostam ou não, e entender que seu corpo não pode ser manipulado ou invadido, é essencial.Evitando Confusões e Vulnerabilidades
Outro risco apontado pela psicóloga clínica Ana Carolina Boesch é que as crianças podem acabar adotando a forma de carinho na hora de cumprimentar outras pessoas, o que pode aumentar sua vulnerabilidade a potenciais situações de risco. Isso porque a prática pode induzir os menores a acreditarem que todas as relações são iguais, com as mesmas intimidades e expressões de afeto.Além disso, em crianças maiores (de 5 a 10 anos), o hábito pode ser considerado um comportamento invasivo praticado pelos pais, e ainda estimular a sexualidade precoce. Por isso, a sugestão é que os pais não mantenham esse costume.Reorganizando a Dinâmica Familiar
Caso a prática já faça parte da rotina familiar, a psicóloga Ana Carolina Boesch recomenda o encaminhamento para psicoterapia, a fim de que haja a reorganização da dinâmica familiar. Dessa forma, será possível estabelecer novos padrões de interação e afeto, priorizando o respeito à autonomia e ao consentimento das crianças.O debate sobre os beijos maternos é complexo e envolve diversas nuances. Embora o carinho entre pais e filhos seja natural, é importante estar atento aos possíveis impactos dessa prática no desenvolvimento e na segurança das crianças. Afinal, o bem-estar e a proteção dos pequenos devem ser a prioridade.