Corte Superior do Brasil Decide que Pais Relutantes em Vacinar Contra a Covid-19 Podem Ser Multados

Mar 21, 2025 at 10:32 AM
Single Slide

Na última semana, o terceiro colegiado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deliberou sobre uma questão crucial envolvendo a saúde pública infantil. A decisão determina que os pais que se recusam a imunizar seus filhos contra a pandemia da Covid-19 podem ser penalizados com multas por negligência parental. Este caso específico teve início no estado do Paraná, onde um casal foi condenado a pagar três salários mínimos como punição pelo não cumprimento da vacinação obrigatória para sua filha de 11 anos. Após orientações recebidas tanto do Conselho Tutelar quanto do Ministério Público, a família ainda assim optou pela recusa, culminando na aplicação desta medida judicial.

A decisão unânime tomada pelo STJ reforça o precedente estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a constitucionalidade da obrigatoriedade das vacinas. Durante as discussões, a relatora, ministra Nancy Andrighi, enfatizou que somente em situações específicas, como risco real à integridade física ou mental da criança, poderia haver justificativa para dispensar a vacinação. Em outros casos, a atitude dos pais seria considerada negligente e sujeita a sanções legais.

A argumentação apresentada pelos pais contrários à vacina incluiu alegações sobre possíveis efeitos colaterais do imunizante, bem como dúvidas sobre a obrigatoriedade total da dose. No entanto, a ministra deixou claro que a vacinação transcende a proteção individual, sendo parte de um compromisso coletivo visando erradicar doenças e reduzir suas consequências. Essa perspectiva ampla ressalta a importância de priorizar o bem-estar geral acima da autonomia parental.

O valor da multa pode variar entre três e vinte salários mínimos, dependendo do contexto e da gravidade do descumprimento. Esse recurso será destinado ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, garantindo que a penalidade tenha um impacto positivo na sociedade.

A decisão do STJ reitera a necessidade de equilibrar a liberdade individual com responsabilidades coletivas. Ela também serve como um lembrete importante de que, em questões de saúde pública, o interesse maior deve sempre estar alinhado com o bem-estar das próximas gerações. A determinação reflete o compromisso do sistema jurídico brasileiro em proteger os direitos fundamentais das crianças, promovendo uma convivência mais segura e saudável para todos.