O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou recentemente governadores que alegam realizar medidas semelhantes às propostas pelo governo federal. A divergência envolve principalmente questões relacionadas à isenção do ICMS para itens essenciais da cesta básica. Enquanto o governo central pede a redução ou eliminação desse imposto, alguns estados demonstram resistência devido ao impacto nas receitas públicas locais. Além disso, Haddad também defendeu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, após decisão do Copom de elevar a taxa Selic, destacando a necessidade de transição cuidadosa no comando monetário.
A postura dos governadores reflete preocupações com as consequências financeiras das isenções fiscais, enquanto o ministro enfatiza a importância de uma política nacional coordenada. Paralelamente, Haddad minimizou resultados de pesquisas indicando crescimento em sua rejeição no meio financeiro, questionando a metodologia aplicada.
As tensões entre o governo federal e os estados aumentaram com a solicitação para zerar a alíquota do ICMS sobre alimentos básicos. Apesar do pedido, muitos governadores argumentam que isso comprometeria suas receitas. Alguns já adotaram reduções parciais ou total isenção, mas outros aguardam análise detalhada dos impactos econômicos antes de decidir. Nesse contexto, Haddad criticou indiretamente gestores estaduais por supostamente se creditarem erroneamente por iniciativas federais.
O conflito ganha contornos mais complexos quando se considera que algumas regiões, como São Paulo, mantêm alíquotas específicas até 2026. Outros estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, rejeitam completamente a ideia sem compensação fiscal federal. O governador Eduardo Leite (RS) aponta que a União deveria assumir parte do ônus financeiro. Já Mauro Mendes (MT) busca soluções estruturais para enfrentar a alta dos preços alimentícios. Essas diferenças evidenciam desafios na harmonização das políticas públicas entre diferentes esferas de poder.
No mesmo pronunciamento, Haddad abordou temas adicionais relevantes, como a gestão do Banco Central sob a liderança de Gabriel Galípolo. Após o aumento da taxa Selic, o ministro destacou a necessidade de continuidade responsável no controle inflacionário, reconhecendo compromissos herdados da gestão anterior. Ele ressaltou que mudanças abruptas podem prejudicar a estabilidade econômica durante transições de comando.
Por outro lado, Haddad expressou ceticismo em relação a pesquisas recentes que sugerem elevação em sua rejeição junto ao setor financeiro. Segundo ele, tais estudos carecem de rigor metodológico adequado, comparando-os a conversas informais. Ao mencionar exemplos como consulta a apenas 106 pessoas em um ambiente restrito, ele sublinhou a importância de avaliar critérios usados em levantamentos dessa natureza. Essas declarações revelam uma estratégia de defesa contra críticas baseadas em dados duvidosos, fortalecendo a imagem institucional do ministro.