O setor da moda está testemunhando uma revolução tecnológica com a gigante H&M adotando técnicas de clonagem digital. Em parceria com a Uncut, uma empresa especializada em tecnologia, a marca sueca começou a criar réplicas digitais hiper-realistas de modelos reais. Essas versões virtuais podem participar de campanhas publicitárias sem a necessidade de deslocamento físico. O objetivo ambicioso é gerar 30 dessas gêmeas digitais até o ano de 2025.
Através de um processo avançado que envolve escaneamentos em 360°, essas representações virtuais capturam detalhes minuciosos das modelos originais, incluindo marcas de nascença e expressões faciais. Além disso, elas reproduzem fielmente o modo como as modelos andam e se movimentam. Este desenvolvimento levanta questões importantes sobre os direitos autorais e a propriedade das imagens digitais. As próprias modelos retêm controle sobre o uso de suas versões digitais, negociando-as conforme fariam em trabalhos convencionais.
Contudo, essa mudança pode impactar negativamente certos profissionais do setor. Fotógrafos, maquiadores e produtores poderiam ver sua relevância diminuída à medida que estúdios digitais assumem o papel tradicionalmente desempenhado por eles. Adicionalmente, a capacidade de uma única modelo virtual estar presente em múltiplas campanhas simultaneamente coloca em risco a diversidade no mercado, potencialmente limitando oportunidades para novos talentos.
No cenário global, preocupações crescentes têm sido expressas por profissionais do setor. Estudos indicam que mais da metade dos trabalhadores da indústria da moda acredita que a inteligência artificial trará impactos negativos significativos. Para abordar tais questões, Nova York implementou legislação exigindo consentimento por escrito antes do uso de modelos digitais, buscando equilibrar inovação tecnológica com proteção aos direitos humanos.
Com o avanço dessa tendência, o futuro da moda parece estar cada vez mais entrelaçado com o mundo digital. Enquanto isso oferece oportunidades únicas para criações artísticas inovadoras, também impõe desafios éticos e econômicos que precisam ser cuidadosamente considerados. A indústria precisa encontrar um equilíbrio entre progresso tecnológico e preservação dos valores fundamentais do trabalho humano.