Bullying: como os pais devem agir quando os filhos são os algozes?
Sep 11, 2024 at 10:00 AM
Pais Enfrentam Desafio de Lidar com Filhos Agressores em Casos de Bullying
A série "Os Outros" do Globoplay aborda um tema delicado e relevante: como os pais devem agir quando seus filhos são os agressores em situações de bullying. A produção mostra como o comportamento dos pais, especialmente do pai de um dos adolescentes envolvidos, influencia as atitudes do filho. Especialistas orientam que, nessas situações, os pais devem manter a calma, evitar punições e trabalhar para desenvolver a empatia e a conscientização do filho sobre o impacto de suas ações.Quando o Agressor é o Próprio Filho: Orientações para os Pais
Controle Emocional e Intervenção Assertiva
Segundo a psicóloga Telma Cunha, antes de tudo, é essencial que os pais controlem suas próprias emoções diante de uma situação de bullying envolvendo seu filho. É comum que o nervosismo e a vergonha os levem a agir de forma agressiva e punitiva, o que pode piorar ainda mais o comportamento do adolescente. A orientação é para que os pais mantenham a calma e façam uma intervenção assertiva, focada em educar, conversar e fazer com que o filho se coloque no lugar da vítima, desenvolvendo a empatia.Entender as Motivações e Necessidades Emocionais
A terapeuta Carol Miranda acrescenta que é preciso ter um olhar atento e compreender que a criança que pratica bullying também precisa ser vista e cuidada, assim como aquela que sofre a violência. É necessário identificar o que está por trás desse tipo de comportamento para que seja possível agir de forma assertiva e corrigir a situação. Os pais devem entender o que de fato aconteceu, compreender o que levou a criança a praticar o bullying e descobrir qual necessidade emocional não está sendo atendida.Evitar Comportamentos Prejudiciais
Miranda alerta que os pais devem evitar qualquer tipo de violência física ou emocional, como retaliação, ameaça, chantagem, agressão ou castigos, pois esse tipo de comportamento gera uma descarga de cortisol no corpo da criança, causando medo, raiva, impotência, insegurança e sentimentos de não pertencimento. Esse tipo de atitude acaba afastando ainda mais a criança dos pais, podendo piorar ainda mais o comportamento agressivo.Sensibilização e Oportunidade de Aprendizado
Segundo a psicóloga Telma Cunha, é importante focar na sensibilização do filho para que ele compreenda que o que praticou é errado. Esse papel cabe não apenas aos pais, mas também aos educadores. Quando o bullying acontece na escola, a primeira atitude não deve ser culpar ou expor a criança, mas sim acolhê-la e levá-la a refletir sobre o impacto de suas ações. Deve-se ensinar a criança a ser empática e ter paciência, pois os erros fazem parte do aprendizado.Influência do Ambiente e da Família
O ambiente no qual a criança está inserida também merece atenção especial. É importante observar o meio no qual ela está crescendo, com quem convive, o que consome nas redes sociais e o que tem aprendido nesses ambientes, pois eles influenciam muito o desenvolvimento da criança. Estudos demonstram que crianças envolvidas com bullying, tanto como vítimas quanto como agressores, têm histórico de relações mais difíceis com a família, marcadas pela falta de diálogo saudável, envolvimento emocional e boa relação conjugal entre os pais.Portanto, lidar com filhos que praticam bullying é um desafio complexo que requer dos pais autocontrole, compreensão, sensibilização e um trabalho conjunto com a escola e outros profissionais. Somente assim será possível reverter esse comportamento agressivo e promover o desenvolvimento saudável da criança.