De 2017 a 2021, observou-se um crescimento significativo na combinação de obesidade, diabetes e hipertensão entre as mulheres no Brasil, passando de 5,5% para 9,6%. Especialistas apontam que esse fenômeno está associado ao declínio no consumo de alimentos tradicionais e naturais, como o feijão, e ao aumento do uso de produtos ultraprocessados. Essas mudanças alimentares estão intimamente conectadas às transformações no estilo de vida moderno, incluindo maior demanda laboral e desafios econômicos enfrentados pelo país nos últimos anos.
Estudos indicam que fatores socioeconômicos têm desempenhado um papel crucial nessa transição alimentar. A crescente dependência de refeições prontas reflete não apenas uma busca por conveniência, mas também a influência de crises estruturais, como a econômica e climática. Com o aumento dos preços dos alimentos saudáveis, muitos lares encontram dificuldades em manter uma dieta equilibrada, levando à adoção de opções mais acessíveis, porém menos nutritivas.
Além disso, especialistas destacam que o impacto da rotina intensa sobre os hábitos alimentares é evidente. Muitas mulheres, diante da sobrecarga de compromissos profissionais e domésticos, priorizam soluções rápidas e fáceis, mesmo que isso comprometa sua saúde a longo prazo. A autora mencionada ressalta que essa tendência pode ser revertida com políticas públicas voltadas para a promoção de uma alimentação mais saudável.
O cenário atual demonstra a necessidade urgente de intervenções que abordem tanto questões sociais quanto ambientais. Promover acesso a alimentos frescos e incentivar práticas alimentares mais sustentáveis podem ser estratégias eficazes para conter o avanço dessas doenças crônicas. Ao mesmo tempo, é essencial considerar as condições econômicas e culturais que moldam as escolhas alimentares das famílias brasileiras.