O aumento no custo de vida em Ribeirão Preto tem chamado a atenção das autoridades locais e consumidores. Um levantamento recente realizado por uma associação comercial local destaca que itens como tomate italiano, margarina com sal e café moído registraram as maiores elevações de preço no mês de março. A pesquisa também aponta que a carne é o principal fator a comprometer os orçamentos familiares, seguida por frutas e legumes. A inflação na cesta básica alcançou 1,54% em relação ao mês anterior, refletindo uma combinação de fatores econômicos e climáticos.

No início do terceiro mês do ano, especialistas notaram um aumento significativo nos preços de produtos alimentícios essenciais em Ribeirão Preto. Entre os itens mais afetados, destacam-se o tomate italiano, cujo valor subiu quase 13%, a margarina salgada, com alta superior a 9%, e o café em pó, com incremento de mais de 5%. Esses dados foram coletados pela Acirp, que analisa regularmente o impacto dessas flutuações no poder aquisitivo da população.

Segundo Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp, a escalada nos preços está diretamente ligada à dinâmica global de commodities, especialmente aquelas cotadas em dólar. O café, por exemplo, viu sua oferta interna reduzida devido ao aumento nas exportações motivado pela valorização da moeda norte-americana. “Isso cria uma pressão sobre os preços domésticos, já que menos mercadorias estão disponíveis para o mercado interno”, explica Ribeiro.

Diante desse cenário, medidas como a redução de tarifas para alimentos importados têm sido consideradas como formas de aliviar o peso dessa crise. No entanto, o mesmo analista ressalta que tal abordagem apresenta limitações, pois muitos dos produtos beneficiados são aqueles que o Brasil exporta em larga escala. “O impacto será sentido apenas no médio prazo e não oferecerá soluções imediatas para os consumidores”, argumenta Ribeiro.

A análise sugere que, enquanto políticas macroeconômicas podem ser úteis, a solução para conter a inflação nos alimentos dependerá de uma conjugação de fatores, incluindo ajustes cambiais e condições climáticas favoráveis. Enquanto isso, famílias continuam ajustando seus orçamentos para lidar com as mudanças nos preços dos itens básicos.