No entanto, essa prática pode trazer consequências graves no futuro. A oncologista Roberta Dayrell alerta que muitos desses alimentos são considerados cancerígenos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo prolongado de certos produtos pode danificar o DNA celular, favorecendo mutações que resultam no surgimento de tumores malignos.
Entre esses itens estão os ultraprocessados, ricos em aditivos químicos projetados para realçar sabor, cor e textura. Carne processada, como salsichas, linguiças e embutidos em geral, está diretamente ligada ao aumento das chances de desenvolver câncer colorretal. Além disso, há estudos sugerindo conexões com outros tipos de câncer, incluindo próstata, mama e pulmão. Até mesmo o peito de peru, frequentemente associado à saúde, contém nitritos que podem contribuir para a formação de tumores.
O álcool é outro grande vilão quando se trata de prevenção ao câncer. Segundo a Dra. Dayrell, qualquer quantidade consumida eleva significativamente o risco de diversas neoplasias. “O álcool está intimamente relacionado ao desenvolvimento de tumores em regiões como cabeça, pescoço, esôfago, estômago, mama, fígado e intestino”, explica ela. A recomendação médica atual é evitar completamente o consumo de bebidas alcoólicas para reduzir ao máximo esses perigos.
Esse alerta não se limita apenas ao álcool puro; derivados como cervejas, vinhos e destilados também devem ser consumidos com extrema moderação ou, idealmente, evitados. A exposição crônica ao álcool pode causar inflamações persistentes nos tecidos corporais, aumentando drasticamente a probabilidade de carcinogênese.
Outro componente presente em muitos produtos industrializados que merece atenção é o aspartame, um adoçante artificial amplamente utilizado em refrigerantes dietéticos. Estudos indicam que o consumo excessivo desse composto, acima de 40mg por quilo de peso corporal, pode elevar os riscos de desenvolver tumores hepáticos. Embora ainda haja controvérsias científicas sobre sua segurança, alguns pesquisadores já identificaram associações entre o aspartame e o surgimento de cânceres específicos.
Para quem busca alternativas mais seguras, existem adoçantes naturais como stevia e xilitol, que não apresentam os mesmos riscos potenciais. No entanto, a melhor opção sempre será reduzir o uso de qualquer tipo de adoçante, incentivando o paladar a apreciar sabores menos intensos e mais naturais.
Diante desse cenário alarmante, como podemos mudar nossos hábitos alimentares sem sacrificar praticidade? A nutricionista Sílvia Carvalho, da Cetus Oncologia, sugere planejar as refeições com antecedência. Isso significa elaborar listas de compras semanais e dedicar tempo aos preparos caseiros nos dias de folga. “Ao fazer isso, você garante ingredientes frescos e evita recorrer constantemente a soluções industrializadas”, afirma ela.
Além disso, existem opções convenientes e nutritivas que dispensam preparo imediato, como frutas frescas, iogurtes naturais, castanhas e cereais integrais. Esses alimentos fornecem nutrientes essenciais e ajudam a manter o equilíbrio energético durante o dia. Vale lembrar que a qualidade da nossa alimentação influencia diretamente nas condições de saúde futuras, abrangendo não apenas o câncer, mas também outras doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.